Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Avaliação de rejeição aguda celular em pacientes transplantados cardíacos com ressonância magnética - MAPA T1: análise parcial

Introdução e/ou Fundamento

Entre as complicações precoces mais frequentes após transplante cardíaco (TxC) está a rejeição aguda celular (RAC). No primeiro ano de seguimento, 20-30% dos pacientes apresentam ao menos um episódio de RAC com necessidade de tratamento específico. O método padrão-ouro para definir o diagnóstico é a biópsia endomiocárdica (BEM). Embora seja considerada segura, apresenta taxa de complicações de até 4%, traz desconforto ao paciente, além de custo elevado. Por isso, nos últimos anos, cresce a procura por métodos capazes de diagnosticar rejeição de forma não invasiva. Dentre os métodos disponíveis, a ressonância magnética cardíaca (RMC) com MAPA T1 têm demonstrado papel promissor na detecção de RAC em TxC.

Objetivo

Avaliar a acurácia entre a RMC com MAPA T1 e a BEM para diagnóstico de RAC em transplante cardíaco.

Materiais e Métodos

Foram incluídos pacientes submetidos ao TxC, após realização da primeira BEM e sem rejeição prévia, durante os 3 primeiros meses após a cirurgia. As RMC foram realizadas de forma pareada à BEM de rotina, com 1,5 T scanner (Titan, Canon Medical System Corporation). O mapeamento T1 foi realizado com a sequência Modified Look-Locker Inversion Recovery, com padrão de amostragem 5/3/3. Foram obtidos as variaveis T1 nativo e Volume Extracelular (VEC), que foram utilizados para comparação com o resultado da BEM. A classificação de RAC foi realizada conforme a ultima revisão da International Society for Heart and Lung Transplantation (ISHLT).  Conforme o resultado da BEM, os pacientes foram divididos em 2 grupos: negativo (0R, 1R) e rejeição tratável (2R, 3R). Ambos os grupos foram comparados com um grupo controle de voluntários saudáveis. O tamanho amostral de 40 pacientes foi estimado para um poder de 80% e α de 0,05, baseado nos resultados publicados por Imran e colaboradores (2019). Para avaliar a acurácia das medidas T1 nativo e VEC, obtiveram-se as curvas ROC com determinação de suas perspectivas áreas sob a curva (AUC), a partir da qual foi calculada a sensibilidade e especificidade de cada uma, com intervalo de confiança de 95%.   

Resultados

Foram incluídos 45 pacientes, com taxa de rejeição significativa de 33% (n=15). Até o momento, foi obtido o resultado parcial com análise de 23 casos, em que houve diferença significativa entre os grupos controle, biopsia negativa e rejeição tratável, tanto na análise do T1 nativo (p=0,001), quanto do VEC (p=0,001). Obteve-se AUC de 0,87 para o T1 nativo com especificidade e sensibilidade de 94,4% e 80% para um ponto de corte diagnóstico de 1033 ms. Para a VEC foi encontrada a AUC de 0.84 com  especificidade de 100% com sensibilidade de 60% para um valor de corte de 40,5%. 

Conclusões

A análise parcial dos dados permite sugerir que o mapa T1 tem boa acurácia diagnóstica para RAC nos pacientes incluídos. O resultado final do estudo será apresentado no DEIC, caso aprovado.   

Área

Pesquisa Clínica

Autores

LUIS PAULO DE MIRANDA ARAUJO SOARES, Fernando Bacal , Cesar Higa Nomura, Roberto Nery Dantas Jr , Fabiana G Marcondes-Braga, Iascara Wozniak de Campos, Sandrigo Mangini, Luis Fernado Bernal da Costa Seguro, Mônica Samuel Ávila