Dados do Trabalho
Título
Redução do tempo de exposição à radiação ionizante no Implante de Cardiodesfibrilador multisitio guiado por acesso venoso femoral. Resultados em 822 implantes.
Introdução e/ou Fundamento
A terapia com implante de cardiodesfibrilador implantável multisítio (CDI+CR-T) para cardiopatia dilatada associado a bloqueio completo do ramo esquerdo (BRE) e taquicardia ventricular está consagrada, no entanto, o tempo do procedimento pode ser maior devido a dificuldade no acesso do seio coronário (SC).
Objetivo
Apresentar nossa experiência em 822 casos utilizando a punção femoral para o SC, facilitando a abordagem para introdução da bainha pela veia subclávia esquerda ou direita.
Materiais e Métodos
Entre março de 2010 a abril de 2024 foram implantados 822 CDI+CR-T, dos quais 534 pacientes (PT) eram do sexo masculino (64,9%). Os PT apresentavam insuficiência cardíaca (IC) com tratamento otimizado sem resposta adequada, fração de ejeção menor ou igual a 35%, BRE e taquicardia ventricular. Nesta amostra os PT foram submetidos ao implante do CDI+CR-T com o acesso do SC por via femoral. Como critério de sucesso imediato, estreitamento do complexo QRS, todos os pacientes eram submetidos a punção de veia femoral e introdução de cateter quadripolar no SC, servindo como guia para a abordagem do mesmo e introdução de um segundo cateter quadripolar por dentro bainha, direcionando-a facilmente para o SC, com realização de venograma e escolha da veia ideal para inserção do eletrodo ventricular esquerdo.
Resultados
Em todos os 822 casos (100%) houve a abordagem do SC sem complicações, como: perfuração, ruptura ou tamponamento. Em 74% dos PT houve o estreitamento do complexo QRS com a média de 110 ms de duração. Quatro PT (0,48%) apresentaram deslocamento do eletrodo do ventrículo esquerdo no pós-operatório tardio, sendo abordado num segundo tempo. Em oito PT (0,97%) o implante foi realizado pela subclávia direita; quatro PT possuiam persistência de veia cava superior esquerda (0,48%). Em 30 PT (3,64%) ocorreu estimulação frênica no pós operatório imediato, sendo reprogramado os parâmetros de estimulação. O tempo de procedimento médio desde a punção femoral e sutura da loja variou de 1h20min 2h30min, com uma média de duração de 1h30min. Não houve problemas no acesso femoral, como hematomas e/ou infecções.
Conclusões
Evidencia-se portanto na amostra analisada, que a utilização do acesso pela veia femoral para facilitação da introdução da bainha na veia subclávia, diminuiu o tempo de duração do procedimento, com a média baixa (1h30min) e consequentemente diminuindo a emissão de radiação ionizante tanto para o médico operador como para o paciente.
Área
Pesquisa Clínica
Autores
LUCAS BRANDãO CAVALCANTE, MARIA CLARA XAVIER, MARIANA BRANDAO CAVALCANTE BULHOES, LETICIA TORRES, MARCELO RUSSO, JORGE FRANCISCO SILVA, FABIAN FERNANDES, LENINE ANGELO, RICARDO FONSECA OLIVEIRA SURUAGY MOTTA, SERGIO CARNEIRO, ALFREDO AURELIO MARINHO ROSA FILHO, EDVALDO FERREIRA XAVIER JUNIOR