Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

TAXA DE MORTALIDADE APÓS ESTUDO ELETROFISIOLÓGICO TERAPÊUTICO NO BRASIL: ANÁLISE QUANTITATIVA DOS CASOS DE 2009 A 2023

Introdução e/ou Fundamento

Por o estudo eletrofisiológico (EEF) ser um procedimento invasivo, mesmo que minimamente, há complicações inerentes, sendo necessária uma avaliação da taxa de mortalidade associada a ele.

Objetivo

O estudo eletrofisiológico é um procedimento percutâneo utilizado no manejo de defeitos na condução elétrica cardíaca, podendo ser diagnóstico, por avaliação do mecanismo da arritmia, ou terapêutico, principalmente por ablação do circuito aberrante. Todavia, há complicações intrínsecas, como o risco de dano vascular, hemorragia, bloqueio atrioventricular, tamponamento pericárdico, infarto do miocárdio, acidente cerebrovascular, mas com um risco <1% em geral. Logo, é relevante ter uma maior compreensão acerca da taxa de mortalidade pós EEF para uma melhor avaliação da segurança do procedimento. Desse modo, esse estudo tem como objetivo descrever o perfil epidemiológico da taxa de mortalidade decorrente de estudo eletrofisiológico terapêutico no Brasil, no período de 2009 a 2023.

Materiais e Métodos

Estudo epidemiológico, de perfil descritivo e quantitativo, realizado a partir de dados coletados do Sistema de Procedimentos Hospitalares do SUS, em Março de 2023, por meio da plataforma DATASUS. Foi analisada a progressão temporal da taxa de mortalidade após EEF terapêutico no período de 2009 a 2023 no Brasil. Não houve submissão ao comitê de ética por se tratar do uso de dados secundários.

Resultados

No Brasil, a taxa de mortalidade após EEF terapêutico nos últimos 15 anos (2009-2023) teve uma média de 0,20% (135 óbitos em um total de 69.072 internações). Os dados refletem aumento quase linear da taxa de mortalidade do ano de 2019 (0,18%) até o ano de 2013 (0,28%), maior valor registrado até então. Após, houve queda significativa nos números de 2014 a 2018, atingindo em 2016 a menor taxa de mortalidade do período analisado (0,08%). Posteriormente, foi registrado aumento da taxa de mortalidade no ano de 2019, mantendo-se em uma média de 0,23% até o ano de 2023, quando atingiu novamente o pico de 0,28%.   GRÁFICO 01 - Taxa de mortalidade por estudo eletrofisiológico no Brasil entre 2009 e 2013 (dados em porcentagem)

Conclusões

Os achados desse estudo mostram que a taxa de mortalidade, apesar de variável, mantém-se baixa ao longo dos anos, reforçando a segurança do EEF terapêutico, sobretudo se levado em consideração o risco x benefício inerente. Os dados obtidos provocam o questionamento sobre o motivo da queda na taxa de mortalidade entre 2014 e 2018 seguida de um aumento mantido nos anos posteriores, o que motiva estudos mais robustos a respeito do tema, para entender melhor o perfil de segurança do procedimento e adotar medidas que reduzam a taxa de mortalidade associada a ele.

Área

Pesquisa Básica

Autores

EUGÊNIA DE SOUZA LINS, Tatyane Targino Morais, Pedro Henrique Godeiro Inácio, Mateus Braz Mayer de Oliveira, Rebeka Lira Souza Brito, Geissiane dos Santos Matias, João Victor Oliveira Mendonça, Maria Evelyn Carneiro Ramos, Stéfane da Silva Lima, Alysson Gabriel Braga Figueiredo, Maria Clara Oliveira Medeiros, Yarley de Sousa Leitão, Rafaella Pereira da Silva, Allycia Cristina Silveira Neves Galdino, Maria Victória Soares Tavares