Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Impacto da reabilitação cardiovascular na tolerância ao exercício submáximo e na qualidade de vida em paciente com insuficiência cardíaca grave refratária ao tratamento medicamentoso: relato de caso

Introdução e/ou Fundamento

A IC caracteriza-se por sinais e sintomas típicos, os quais resultam da redução no débito cardíaco e/ou das elevadas pressões de enchimento no repouso ou no esforço. Se não tratada adequadamente, a IC pode levar a complicações graves, tais como morte súbita ou infarto cardíaco. A RC oferece um tratamento eficaz para as pessoas com IC, pois trata-se de uma prática orientada focada na redução da carga de sintomas para pacientes com IC, podendo melhorar sua qualidade de vida e reduzir a morbidade e hospitalizações dispendiosas.

Descrição do Caso

Paciente de 38 anos, sexo feminino, sem comorbidades, após crises de dores abdominais, procurou o serviço de urgência em 18/01/2018. Foi internada para investigação e após exames foi diagnosticada com Colelitíase, Hepatomegalia e Cardiomegalia. Foi submetida a procedimento invasivo para retirada dos cálculos biliares e encaminhada ao Cardiologista.  Após exames, em Fevereiro do mesmo ano, foi diagnosticada com Miocardite. O ecocardiograma mostrou ventrículo direito com dilatação importante, disfunção sistólica ventricular direita importante com formação de microaneurismas, ventrículo esquerdo com dilatação moderada, disfunção sistólica ventricular esquerda de grau moderado e FEVE de 23%. O tratamento medicamentoso (Bisoprolol; Furosemida; Entresto e Digoxina) foi iniciado em 25/02/2018. No período entre os anos de 2019 e 2020, foi submetida a 17 internações por diversos motivos, como elevados níveis de creatinina, infecção pulmonar, tromboses, infecção urinária, desconforto respiratório e dessaturação. Encaminhada para reabilitação cardíaca (RC) em 09/11/2022, iniciou o protocolo de tratamento.

Discussão e/ou Conclusão

As avaliações pré e pós-tratamento incluíram o Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire (MLHF), Teste de Esforço Cardiopulmonar (TCPE), Ecocardiograma e Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6). O protocolo de reabilitação consistiu em 36 sessões de alongamento, treinamento aeróbico e exercício resistido. Houve redução significativa no escore do MLHF após a reabilitação cardiopulmonar (de 51 para 17), e aumento da FEVE (de 23% para 34%). No TCPE, houve melhora no consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo) (de 15,75 ml/(kg.min) para 23,72 ml/(kg.min)) e aumento da frequência cardíaca máxima (de 80 bpm para 136 bpm). A paciente passou da classe funcional II para I da New York Heart Association (NYHA). No TC6, a paciente percorreu 353m, 58,88% do previsto no início. Após a reabilitação, essa distância foi de 420m, 70% do previsto, indicando melhora expressiva na capacidade funcional. Após o protocolo, evidencia-se uma melhora significativa na função cardíaca, capacidade funcional e qualidade de vida da paciente, destacando a importância da reabilitação cardiopulmonar como parte integrante do manejo terapêutico da insuficiência cardíaca.

Área

Relatos de Casos

Autores

MARIA CECÍLIA CAVALCANTI DE LIMA, MAYARA COSTA BARROS, CAMILA CAVALVANTE DOS SANTOS, ALICE MIRANDA DOS SANTOS, EVANDRO CABRAL DE BRITO, RODRIGO MORENO DIAS CARNEIRO, MARIA INÊS REMÍGIO DE AGUIAR, SILVIA MARINHO MARTINS ALVES, ARMÉLE DORNELAS DE ANDRADE, MARIA GEYNA GAUDINO DE SIQUEIRA, SHIRLEY LIMA CAMPOS, TRYCIA ELLEN SILVA PEREIRA, JULIANA CRISPINO DE FRANÇA, TALYSSA BIA SANTOS E SANTOS, DANIELLA CUNHA BRANDÃO