Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Levantamento da qualidade de vida dos pacientes com insuficiência cardíaca acompanhados pelo ambulatório de um centro público de Pernambuco

Introdução e/ou Fundamento

A qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) é uma construção multidimensional que apresenta três pilares principais: funções física, psicológica e social, que podem ser afetadas pela doença ou pelo tratamento. A  QVRS em doentes com insuficiência cardíaca (IC) está reduzida em relação à população geral e causa um prejuízo maior do que outras doenças crônicas, estando equiparada a doenças oncológicas. Ainda, existem poucos estudos nacionais sobre a temática, sendo necessário maiores investigações sobre o impacto da IC na vida desse grupo.

Objetivo

Investigação da qualidade de vida dos pacientes assistidos por um hospital público de Pernambuco através dos questionários de avaliação: Minnesota living with Heart Failure Questionnaire (MLHFQ) e o Kansas City Cardiomyopathy Questionnaire (KCCQ).

Materiais e Métodos

Este estudo teve perfil observacional, transversal e quantiqualitativo, realizado com pacientes portadores de IC acompanhados por um hospital público de Pernambuco. A aplicação de questionários foi realizada após consulta habitual em ambulatório, com assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Foram aplicados 3 instrumentos: a versão validada em português do KCCQ e do MLHFQ para avaliação de qualidade de vida e, um questionário voltado a dados clínico-epidemiológicos. Os questionários KCCQ e MLHFQ são utilizados para avaliar a QVRS de pacientes com IC no atendimento ambulatorial e foram escolhidos por apresentarem boa confiabilidade (análise teste/reteste) e responsividade às alterações clínicas. A  amostra contempla 39 pacientes, seguindo os critérios de inclusão: maiores de 18 anos, portadores de IC, acompanhados pelo serviço em questão e sem internamento por descompensação da doença de base nos últimos 03 meses; ecodopplercardiograma transtorácico evidenciando anomalia cardíaca estrutural e/ou funcional. Critérios de exclusão: paciente sem diagnóstico confirmado de IC por ecodopplercardiograma transtorácico; limitação cognitiva que impeça aplicação adequada dos questionários.

Resultados

Como observado na tabela 01, a média do KCCQ nessa população foi de 55 pontos, sendo 13% dos participantes enquadrados em uma QVRS muito ruim a ruim e 36% de baixa a moderada. Ainda, 11 pacientes, representando 28% da amostra, obtiveram QVRS boa a excelente, enquanto 9 (23%) pontuaram QVRS moderada a boa. Já o escore de MLHFQ apresentou média de 44 pontos, com a maioria dos entrevistados com QVRS enquadrada como ruim, constituindo 56% da amostra. Por conseguinte, 31% da amostra obtiveram uma boa QVRS e 13% moderada. 

Conclusões

Foi observada uma média de QVRS inferior ao encontrado em literatura nacional. Porém, a prevalência de escores indicativos de QVRS ruim ou moderada em ambos os questionários sugere a necessidade de intervenções direcionadas para melhorar o manejo da IC e suporte oferecido ao paciente.

Área

Pesquisa Clínica

Autores

LUANA S L REBOUCAS, LIVIA LEANDRO SOUZA PEREIRA, WESLLEY JONATHAN LOPES PENHA, LUIZ OLIVEIRA NETO, ANTONIO KONRADO SANTANA BATISTA