Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Caracterização das internações por Insuficiência Cardíaca nas regiões do Brasil: análise dos aspectos sociodemográficos nos últimos dez anos

Introdução e/ou Fundamento

O crescimento da população idosa, a miscigenação, as desigualdades sociais e culturais são características que podem afetar o traçado epidemiológico da insuficiência cardíaca. Assim, ao descrever a tendência temporal da IC e qual o perfil dos indivíduos que convivem com a síndrome constrói-se base para a elaboração de políticas voltadas à prevenção e tratamento adequado.

Objetivo

Descrever o número de casos de internações por Insuficiência Cardíaca de acordo com a faixa etária, sexo e cor/raça nas regiões do Brasil entre 2012 e 2022.

Materiais e Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo ecológico, de caráter descritivo, com abordagem quantitativa. A população foi construída por meio dos números de casos de internações hospitalares com o Código Internacional de Doenças (CID-10) diagnosticados com insuficiência cardíaca. Os dados considerados para o presente estudo fazem parte da morbidade hospitalar registrada no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) por local de residência. As variáveis utilizadas para análise foram: Internações, Faixa etária, Sexo e Cor/raça, entre 2012 e 2022, consultadas em 2023.

Resultados

No período avaliado, o Brasil apresentou um total de 2.245.388 casos de internações com diagnóstico de IC. Observa-se o predomínio da Região Sudeste que representou 42,2% (n=948.339) do total de casos, seguido do Nordeste com 22,9% (n=514.424), Sul, Centro-Oeste e Norte (figura 1). A evolução dos casos de internações por IC nas grandes regiões do Brasil apresentou queda gradual desde o ano de 2012. Para a faixa etária, há aumento dos números de internações de acordo com o aumento da idade, havendo maior ocorrência em pessoas acima dos 50 anos. No que tange ao sexo, o masculino se sobressai em comparação ao feminino, totalizando 51,3% (n=123.188) dos casos no ano de 2012 e 52,2% (n=103.635) dos casos em 2022. Quanto à raça/cor, ocorreu uma inversão nos números, em 2022 a cor parda passou a liderar os números de casos e representa 38,9% (n=77.255) deles, enquanto branca corresponde a 36,7% (n=72.916). Ademais, chama-se atenção para a cor amarela que apresenta o aumento mais expressivo entre os anos analisados, 266,05% (n=1.619).

Conclusões

O perfil epidemiológico da IC nas regiões do Brasil apresentou variações sobretudo quanto à cor. Sexo e idade a maioria das regiões possuem características semelhantes. Ademais, apesar do comprometimento cardíaco provocado pelo COVID-19, o número de internações por IC no Brasil em 2019 foi maior do que no ano de 2020, que pode ser reflexo da generalização dos atendimentos decorrentes da pandemia. Diante do exposto, faz-se necessário  políticas de prevenção com ênfase nas demandas de cada região, a fim de potencializar a efetividade das ações.

Área

Pesquisa Multidisciplinar

Autores

MARIA VICTORIA OLIVEIRA PEREIRA REGO, Deborah Karine de Souza Lima, Ana Clara da Costa Magalhães, Andreza Aparecida Costa da Silva, Gabriela Soares do Nascimento, Maria Fernanda Ferreira da Silva, Carolina Pereira Verçosa, Gleicy Karine Nascimento de Araújo-Monteiro, Janine Melo de Oliveira, Christefany Régia Braz Costa