Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Resposta da terapia de ressincronização cardíaca sobre a FMR, PFE, tolerância ao exercício e qualidade de vida em pacientes com insuficiência cardíaca

Introdução e/ou Fundamento

Pacientes com insuficiência cardíaca (IC) podem apresentar distúrbio de condução do complexo QRS e assincronia ventricular esquerda com indicação para Terapia de Ressincronização Cardíaca (TRC). Alterações na tolerância ao exercício e nos músculos inspiratórios e a fadiga também são comuns na IC e mostram piora na qualidade de vida. A TRC determina melhora na tolerância ao exercício e torna-se relevante o estudo de indivíduos com IC submetidos a TRC.

Objetivo

O objetivo do presente estudo é investigar o efeito da TRC sobre valores funcionais tais como distância percorrida (DP6M) no teste de caminhada (TC6M), na força muscular respiratória (FMR), no pico de fluxo expiratório (PFE) e qualidade de vida através do Questionário de Qualidade de Vida de Minnesota (QQVM).

Materiais e Métodos

Estudo prospectivo, longitudinal, de pacientes com IC submetidos a TRC em um Hospital Universitário (RJ). Foi realizada uma avaliação funcional nos momentos pré TRC (TRC1) e após 6 meses de TRC (TRC2), constituída de TC6M (protocolo da ATS), avaliação da FMR, do PFE, do QQVM, além de avaliação de eletrocardiograma, ecocardiograma, cintilografia e exames laboratoriais. Análise Estatística: Teste t-student e coeficiente de correlação de Pearson foi considerado significante o valor de p < 0,05.

Resultados

Foram convidados 17 pacientes com IC e com indicação de TRC, 3 pacientes não completaram o protocolo do estudo e 3 pacientes foram a óbito antes do término do estudo. Completaram o protocolo de acompanhamento 11 pacientes, 4 homens com idade entre 64,6 +/- 6,7 , peso = 69,6 +/- 19,9kg e fração de ejeção < 35%. Ocorreu aumento na DP6M: TRC1 = 347,3 +/- 70,5 vs TRC2 = 395,2 +/- 68,2m com valor de p = 0,001. No PFE também ocorreu melhora significante TRC1 = 280 +/- 89ml vs TRC2 = 323 +/- 103,1ml com valor de p = 0,01. Na Pimáx ocorreu melhora significativa, TRC1 = 35 +/- 11 vs TRC2 = 46 +/- 17 cmH2O com valor de p = 0,01. No QQVM também houve resposta significativa pois na TRC1 = 65 +/- 13,8 pontos vs TRC2 = 32,5 +/- 14,8 pontos com valor de p = 0,001.

Conclusões

Os pacientes submetidos a TRC apresentaram um déficit na DP6M, no PFE, na FMR e no QQVM e após receber a TRC ocorreu melhora na tolerância ao exercício refletida pelo aumento significante da DP6M, na Pimáx, no PFE, e no QQVM, sugerindo ganho da FMR após a TRC. Portanto, é  importante aumentar a amostra para determinar a magnitude dos achados

Área

Pesquisa Multidisciplinar

Autores

CHRISTIANE RODRIGUES ALVES, Sergio Luiz Soares Marcos da Cunha Chermont, Christiane Wiefels Reis, Erivelton Nascimento, Mario Luiz Ribeiro, Fernanda Ribeiro, Evandro Tinoco Mesquita, Claudio Tinoco Mesquita