Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Associação entre o Teste de Degrau de 6 Minutos com a Análise de Gases na Avaliação da Capacidade Cardiorrespiratória de Indivíduos com Doenças Cardiovasculares.

Introdução e/ou Fundamento

A intolerância ao exercício e redução da capacidade funcional (CF) são sintomas prevalentes em pacientes com Doenças Cardiovasculares (DCV). Embora o Teste de Exercício Cardiopulmonar (TCPE) seja considerado o padrão ouro para avaliar o consumo máximo de oxigênio (VO2), os testes funcionais submáximos, como o Teste do Degrau de Seis Minutos (TD6), oferece uma alternativa de baixo custo e viável para essa população.

Objetivo

Descrever as variáveis cardiorrespiratórias medidas durante o TD6 e avaliar a associação entre o TD6 e a variáveis cardiorrespiratórias de indivíduos com DCV.

Materiais e Métodos

Realizou-se um estudo observacional transversal, no Laboratório de Fisiologia Clínica do Exercício da Universidade de Brasília, entre  dezembro de 2023 a fevereiro 2024, incluindo indivíduos com DCV estáveis. O TD6 foi realizado em um degrau padronizado de 20 cm de altura, sem apoio, conduzido por dois avaliadores, onde foi mensurado o número de degraus alcançado. Durante o TD6, oi realizada a análise de medidas ventilatórias e metabólicas respiração a respiração utilizando o software analisador de gases OMNIA® (COSMED, Roma, Itália) para obtenção das  variáveis  de VO2 pico  absoluto, VO2 pico relativo, produção de CO2 (VCO2), frequência cardíaca (FC), ventilação pico (VE pico), quociente respiratório (RER)  e o  índice  VE/VCO2. A normalidade dos dados  foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk, e a correlação por meio do coeficiente de correlação de Pearson.    

Resultados

 A amostra consistiu em 13 indivíduos, com média de idade de 60±11 anos e de predomínio masculino (61%). A fração de ejeção (FE) média foi de 46±18%, sendo 58% de indivíduos com DCV com fração de ejeção preservada e 42% insuficiência cardíaca. No TD6, a média de degraus alcançados foi 133,61±48,16, o VO2 pico absoluto de 1,69±0,56 L/min, e o VO2 pico relativo de 20,72±5,89 ml/Kg/min, a FC de repouso 60,84±9,78 bpm, a FC pico 129,46±23,50 bpm, o VE pico foi de 35,25±6,19 L, o RER médio foi de 1,07±0,13 e o VE/VCO2 pico de 35,2±6,19. Observou-se correlação significativa entre  a quantidade de degraus e o VO2 pico relativo (r= 0,762; p= 0,002) e o VO2 pico absoluto (r= 0,722; p= 0,005).

Conclusões

Conclusões: Nossos achados reforçam a utilização do TD6 na avaliação da capacidade cardiorrespiratória em pacientes com DCV. A performance no teste associou-se positivamente ao consumo de oxigênio, sugerindo sua eficácia como alternativa submáxima para a avaliação do VO2 pico em pacientes com DCV.

Área

Pesquisa Multidisciplinar

Autores

CAROLINA BARBOSA NERES, Ana Clara Gonçalves Da Costa, Cássia Da Luz Goulart, Robson Fernandes Borges, Fabiola Maria Ferreira Da Silva, Amanda Moreira Ferreira, Tais Martins, Marcela Lopes Alves , Luciana Bartolomei O D’ Avila, Graziella Bernardelli Cipriano