Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

A evolução da taxa de mortalidade no tratamento de insuficiência cardíaca no Brasil na última década

Introdução e/ou Fundamento

A insuficiência cardíaca (IC) é extremamente prevalente no Brasil, com cerca de 2 milhões de indivíduos vivendo com a doença, além de apresentar também elevada taxa de mortalidade, com uma sobrevida após 5 anos do diagnóstico podendo chegar a apenas 35%. No Brasil, esse desfecho se acentua de forma expressiva no ambiente intra-hospitalar durante o curso de tratamento da IC.

Objetivo

 Analisar a evolução da taxa de mortalidade no tratamento de insuficiência cardíaca no Brasil durante a última década.

Materiais e Métodos

Um estudo coorte transversal retrospectivo foi realizado utilizando informações do Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIH/SUS), contido na base de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Os dados foram coletados levando em consideração a taxa de mortalidade no tratamento de insuficiência cardíaca no período entre janeiro de 2013 a dezembro de 2023 no Brasil, segundo Região/Unidade da Federação. Após a coleta de informações, foi realizada uma análise de relação entre as variáveis, utilizando o coeficiente de correlação de Pearson.

Resultados

 No período de 2013 a 2023, a taxa de mortalidade por IC no Brasil teve um aumento de 23% (de 9,54% para 11,74%). Este aumento se repete em todas as regiões, especialente na região Nordeste, com 31,67% de aumento, seguido pela região Norte, com 27,27%, pela região Sul, com 22,24% e pela Sudeste, que persiste com a maior taxa de mortalidade (13,10 em 2023), com aumento de 20,07%. Por fim, a região Centro-Oeste registrou a menor elevação das taxas de mortalidade entre as regiões, com 7,95%. Ao analisar os valores anuais, percebe-se que houve uma crescente de 2013 até 2021, quando, em 2021, atingiu-se o ápice com uma taxa de mortalidade total de 13,47, seguido por um decréscimo nestes valores de 2021 a 2023 com uma queda de 12,84% nesses três anos. Diante da análise de um intervalo de tempo equivalente, dos três anos anteriores a 2021 (2019 a 2021), observa-se um aumento de 18,76% nestes valores.

Conclusões

A mortalidade por Insuficiência Cardíaca progrediu na última década no país, atingindo seu ápice no período pós-pandemia da Covid-19. Esses dados indicam uma relação entre a qualidade do serviço de saúde ofertado pelo SUS em um cenário pré, pós e durante a pandemia. Serviço tal que se mostra sobrecarregado e incapaz de conter a mortalidade por IC, em razão da limitação dos leitos disponíveis e seleção de casos mais graves para internação. Tais dados confirmam a subestimação perante a IC descompensada em comparação a outras doenças e seu manejo durante o período de quarentena. Portanto, revela-se dados significativos sobre a evolução da mortalidade por insuficiência cardíaca no país, notando-se a urgência por uma maior mobilização governamental no tratamento e contenção dos casos no âmbito público. 

Área

Pesquisa Básica

Autores

ANA SOFIA REMÍGIO CARVALHEIRA, Yasmin Fontes Schmidt, Julia Costa Evangelista, Luan Fernandes Lins, Kaiky Pedro De Souza Freitas, Augusto Pessoli Frizzo, Maria Eduarda Antunes Parreiras, Ylina Pereira De Mesquita, Iris Caroline De Oliveira Moura, Nicolle Interaminense Gattás, Dário Ceslestino Sobral Filho