Dados do Trabalho
Título
Comparação da variabilidade da frequência cardíaca e tolerância ao esforço submáximo em cardiopatas com fração de ejeção reduzida e fração de ejeção melhorada: série de casos.
Introdução e/ou Fundamento
A classificação da IC baseia-se na fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), distinguindo entre IC com fração de ejeção preservada (ICFEp) e IC com fração de ejeção reduzida (ICFEr), podendo serem denominados de IC com FEVE melhorada (ICFEm) aqueles com classificação prévia de ICFEr que recuperaram para ICFEp. A ICFEm é considerada ainda uma classificação de IC de difícil diagnóstico devido à escassez de estudos e diretrizes para tratamento e prognóstico. Com uma parcela significativa da população sendo acometida, torna-se necessário identificar parâmetros clínicos e funcionais com o objetivo de antever seu desfecho.
Objetivo
Comparar a variabilidade da frequência cardíaca e a tolerância ao esforço submáximo em pacientes ICFEr e ICFEm.
Materiais e Métodos
Série de casos, desenvolvida no Ambulatório de Reabilitação Cardiorrespiratória e Metabólica do Hospital das Clínicas-UFPE, com 12 indivíduos adultos na faixa etária de 18 a 60 anos, com diagnóstico de IC com fração de ejeção reduzida (ICFEr) ou melhorada (ICFEm). Foram avaliadas medidas de VFC, através de registros eletrocardiográficos (ECG), utilizando o monitor de frequência cardíaca polar v800® e capacidade funcional por meio do teste de caminhada de 6 minutos (TC6).
Resultados
Nossa amostra foi dividida igualmente entre ICFEr e ICFEm, com idade média de 49±9,7 anos para o grupo de FEVE reduzida e 54,5±5,3 anos para o grupo de FEVE melhorada. No que se refere a VFC, ambos os grupos apresentaram valores de RMSSD baixos (18,9±14,6 e 13,3±24,3, respectivamente; p=0,30). A variável LF/HF do grupo ICFEr ficou abaixo da faixa esperada, já para o grupo ICFEm, os valores estavam dentro da faixa esperada (1,04±1 e 3,02±4,4, respectivamente; p= 0,07). Os valores de SDNN foram baixos para ambos os grupos (15,1±9,4 e 24,5±16,8, respectivamente; p=0,18). A variável LF foi baixa em ambos os grupos (41,7±23 e 56,7±23,2, respectivamente; p=0,58). Houve diferença significativa entre os grupos na variável PNN50 (5,21±6,7 e 12,6±14,5, respectivamente; p= 0,041). A distância média percorrida no TC6 foi 63,11±14% e 74,35±8,3% da distância média predita para os grupos ICFEr e ICFEm, respectivamente (p=0,31), com FC no primeiro minuto de recuperação de 96,6±17,3 bpm para o grupo ICFEr e 71,6±14,5 bpm para o grupo ICFEm (p= 0,065).
Conclusões
Os resultados apresentam baixa variabilidade da frequência cardíaca, refletida em baixos valores de RMSSD e SDNN. Houve diferença entre os grupos na variável PNN50, sugerindo menor atividade vagal no grupo com fração de ejeção reduzida. Além disso, os participantes apresentaram baixa capacidade cardiorrespiratória, com uma menor distância média percorrida no teste de esforço submáximo no grupo com fração de ejeção reduzida.
Área
Pesquisa Multidisciplinar
Autores
MARIA CECÍLIA CAVALCANTI DE LIMA, Mayara costa barros, Camila cavalcanti dos santos, Alice miranda dos santos, Evandro cabral de brito, Rodrigo moreno dias carneiro, Maria inês remígio de aguiar, Silvia marinho martins alves, Armele dornelas de andrade, Trycia ellen da silva pereira, Gisele barbosa da silva vieira, Talyssa bia santos e santos, Shirley lima campos, Júlia de lima cavalcanti rocha, Daniella cunha brandão