Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

DILATAÇÃO DE CÂMARAS ESQUERDAS E O DESFECHO DE PACIENTES INTERNADOS POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO ≥50%

Introdução e/ou Fundamento

A relação entre pior prognóstico e dilatação de câmaras cardíacas é bem relatada, sendo um dos tipos mais prevalentes de cardiomiopatia na insuficiência cardíaca (IC) de fração de ejeção (FE) reduzida. A relação entre o tamanho de câmaras esquerdas e o desfecho de pacientes portadores de IC com FE≥50% está relacionada, principalmente do átrio esquerdo (AE) e a presença de fibrilação atrial.

Objetivo

Avaliar a associação entre a dilatação de câmaras cardíacas esquerdas e o prognóstico de pacientes internados devido a IC com FE≥50% descompensada.

Materiais e Métodos

Coorte retrospectiva em centro cardiológico de referência, incluindo  pacientes com idade ≥ 18 anos internados por descompensação de IC. Coleta de dados realizada durante o ano de 2021. Foram excluídos pacientes com FE<50% ou FE não registrada. O nível de significância foi de 5% e utilizado o teste de Mann-Whitney.

Resultados

Foi estudado um total de 163 pacientes, com idade média de 63,7±16,4 anos, sendo 57,2% mulheres. Em relação à etiologia da IC, as mais prevalentes foram: valvar (34,3%), isquémica (22,6%), e chagásica (4,2%). Do total, 87,1% eram portadores de hipertensão, 37,4% de diabetes mellitus tipo 2, 27% de dislipidemia. 28,2% eram tabagistas ou ex-tabagistas e 12,8% eram estilistas ou ex-etilistas.  À admissão, 84% dos pacientes se apresentaram com classe funcional NYHA III ou IV, sendo o perfil hemodinâmico mais prevalente o B com 70,5%. A FE média da amostra foi de 63,6±7,3%. Da amostra total, 76% receberam alta hospitalar e 24% evoluíram para óbito. Dentre os pacientes com IC com FE≥50%, o diâmetro do AE dos pacientes que vieram a óbito foi de 49,6±11,5 cm enquanto o dos que receberam alta foi 43,1±12,3 cm (p<0,001). O volume do AE daqueles que foram a óbito foi 124,5±63,2 ml, enquanto o dos que receberam alta foi de 84,4±95,4 ml (p<0,001). Já o diâmetro sistólico do ventrículo esquerdo  dos pacientes que vieram a óbito foi de 32,6±4,7 cm, enquanto nos que receberam alta foi de 32,4±7,1 cm (p=0,449). O diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo  foi de 49,2±7,2 cm, enquanto os que receberam alta foi de 49,3±9,0 cm (p=0,756).

Conclusões

Na amostra estudada, os pacientes com IC com FE≥50% e dilatação de átrio esquerdo apresentaram uma associação estatisticamente significativa com a mortalidade. No entanto, o aumento do ventrículo esquerdo não apresentou o mesmo resultado.

Área

Pesquisa Clínica

Autores

HENRIQUE MACEDO CLAUDINO, ENZO MACÊDO NUNES, MARINA NOGUEIRA DE PAIVA HENRIQUES, JÚLIA FEITOSA BRITO DOS SANTOS, ARTHUR AGUIAR FREIRE ROCHA, CLARA DE ANDRADE PONTUAL PERES, MARCELA VASCONCELOS MONTENEGRO, ANA CAROLINA DIAS ALMEIDA, GIULIA ANTONI FERREIRA ROCHA, VICTÓRIA BEDOR JARDIM QUIRINO, FERNANDO RABELO DE OLIVEIRA CAVALCANTI FILHO, RODRIGO RUFINO PEREIRA SILVA, RAFAEL SILVESTRE VIEIRA DA SILVA, CAROLINA JERÔNIMO MAGALHÃES, CARLOS EDUARDO LUCENA MONTENEGRO