Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Experiência de Pacientes com Insuficiência Cardíaca Aguda Descompensada em Protocolo de Mobilização Precoce e Realidade Virtual Imersiva - Estudo de Métodos Mistos Complexos

Introdução e/ou Fundamento

Pacientes com insuficiência cardíaca (IC) têm episódios de descompensação e internação em unidades de cuidados intensivos. A mobilização precoce é uma estratégia de reabilitação intra hospitalar capaz de atenuar os efeitos nocivos da restrição prolongada ao leito. O uso da realidade virtual (RV) imersiva têm destacado-se por oferecer um ambiente de distração capaz de melhorar a experiência de pacientes hospitalizados. Este estudo testou a hipótese de que RV imersiva somada à mobilização precoce melhora a experiência de pacientes com IC aguda descompensada quando comparada a mobilização precoce isolada.

Objetivo

Comparar o efeito de até três sessões de RV imersiva somada a um protocolo de mobilização precoce versus mobilização precoce isolada sobre a experiência de pacientes com IC aguda descompensada internados em uma unidade de cuidados intensivos.

Materiais e Métodos

Estudo de métodos mistos do tipo complexo, aninhado a um ensaio clínico randomizado de centro único e cegamento simples. Foram incluídos pacientes adultos internados por IC aguda descompensada em unidade de tratamento intensivo. Estes foram alocados na proporção 1:1 em grupo intervenção (GI, n= 30), protocolo de mobilização precoce associada a RV imersiva; e grupo controle (GC, n= 30), protocolo de mobilização precoce isolada. O acompanhamento foi de até três sessões consecutivas para intervenção e coleta das variáveis do estudo. Em ambos os grupos, foi utilizado o Net Promoter Score para avaliar a recomendação do procedimento e a escala Likert para entender a experiência pessoal dos pacientes. Na abordagem qualitativa foram realizadas perguntas abertas para explorar as percepções dos participantes e pontuações atribuídas nas duas ferramentas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. 

Resultados

Foram incluídos 60 pacientes, maioria homens (44–73,3%), 59,7±12,2 anos, fração de ejeção do ventrículo esquerdo 26,7±12,4 e tempo de diagnóstico superior a 4 anos (28–47,5%); 29 (48,3%) dos pacientes eram classe funcional III na New York Heart Association na avaliação basal. Os dados obtidos com o Net Promoter Score foram semelhantes para os dois grupos quanto a serem promotores do procedimento: GI (23–76,7%) e GC (24–80,0%);  através da Escala Likert, no GI  28 (93,3%) e no GC 26 (86,7%) classificaram esta experiência como boa/excelente. A análise qualitativa do estudo apresentou três categorias: Efeitos psicológicos, Desempenho físico e Novidade e inovação, esta última observada apenas no GI.  

Conclusões

Na análise quanti, observou-se uma experiência positiva e recomendação da mobilização precoce em ambos os grupos. A análise quali destacou que a RV imersiva combinada com a mobilização precoce adicionou uma nova dimensão ao tratamento sendo uma oportunidade inovadora no cuidado centrado no paciente. 

Área

Pesquisa Multidisciplinar

Autores

Larissa Gussatschenko Caballero, Iasmin Borges Fraga, Carlos Eduardo Maciel Tremea, Janaína dos Santos Prates, Gabrielle Perin, Vitor Alves Guedes, Pedro Dal Lago, Eneida Rejane Rabelo da Silva