Dados do Trabalho
Título
Associação de Albuminúria com Classe Funcional da NYHA e presença de fragilidade em Pacientes Ambulatoriais com Insuficiência Cardíaca Avançada
Introdução e/ou Fundamento
A interação entre doença renal crônica e insuficiência cardíaca (IC) está bem documentada. A taxa de albuminúria, entretanto, ainda não está bem relatada na literatura como fator de risco cardiovascular. A presença de fragilidade também é fortemente associada com piores desfechos na IC, com estudos mostrando aumento de até 50% em morte e hospitalizações.
Objetivo
Este estudo tem como objetivo avaliar a correlação entre a albuminúria e a classe funcional da New York Heart Association (NYHA), além da presença de fragilidade em pacientes ambulatoriais com IC avançada.
Materiais e Métodos
Trata-se de estudo transversal, de caráter observacional e analítico. A amostra incluiu pacientes ambulatoriais com IC avançada em centro terciário de cardiologia no Brasil, de agosto de 2022 a janeiro de 2023. Foram coletadas em banco de dados informações de prontuário epidemiológicas, clínicas, laboratoriais e ecocardiográficas. Amostras urinárias foram examinadas de forma semiquantitativa por teste de tira reagente e dosada a relação albumina-creatinina urinária (uACR). Esta serviu como medida de albuminúria, onde uACR < 30 mg/g foi considerado normal e uACR ≥ 30 mg/g indicou albuminúria. A fragilidade foi avaliada pela Escala Clínica de Fragilidade (ECF).
Resultados
Participaram da pesquisa 51 pacientes. A média de idade foi de 59 anos e 64,7% eram do sexo masculino. Diabetes tipo 2 (DT2) estava presente em 37%, hipertensão em 67% e doença coronariana em 23%. O índice de massa corporal médio foi de 27 e 29% dos pacientes eram fumantes. A fração de ejeção média do ventrículo esquerdo foi de 33%. A distribuição das classes da NYHA foi: I (29,4%), II (41,2%), III (19,6%) e IV (9,8%). Albuminúria foi identificada em 45% dos pacientes. Os níveis médios de creatinina diferiram sem significância entre os pacientes com e sem albuminúria. Nessa ordem, foi encontrada correlação significativa entre albuminúria e classe NYHA, sendo: NYHA I: 17,4% vs 39,3%; NYHA II: 30,4% vs 50%; NYHA III: 30,4% vs 10,7%; NYHA IV 21,7% vs 0% (p=0,007). A presença de hipertensão, DT2 ou excesso de peso não se relacionou com a presença de albuminúria neste subgrupo, o oposto do observado na literatura, especificamente no DT2 para a população geral com IC. Houve associação significativa entre albuminúria e fragilidade, de acordo com a ECF. Neste estudo, os pacientes com IC avançada e ECF 2, 3, 4, 5 e 6 apresentaram albuminúria, nesta proporção, respectivamente: 0%, 44%, 17%, 26% e 13%. Já aqueles classificados como ausência de albuminúria, proporção de 4%, 71%, 18%, 7% e 0%, nessa ordem (p=0,045).
Conclusões
A albuminúria em pacientes com IC avançada foi significativamente associada à pior classe funcional da NYHA e a maior grau de fragilidade. A limitação do estudo inclui o desenho transversal e o tamanho limitado da amostra, que não permite conclusões analíti
Área
IC Avançada
Autores
Lucas Eduardo Vilarinho Guimarães , Aline Figueiras da Trindade, Paulo Henrique do Ó Gayoso Meira , Carlos Eduardo Lucena Montenegro, Karina Mascarenhas Bezerra Alves, Esthefany Dias Barbosa , Diogo Coutinho Suassuna, Isabela Roberto de Lima Borba, Thaís Araújo Nóbrega, Caio Cezar Gomes Rezende