Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Otimização da Terapia Médica em Pacientes Idosos com Insuficiência Cardíaca Avançada: Uma Subanálise de um Estudo Observacional

Introdução e/ou Fundamento

A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição de saúde pública global, com elevada morbidade e mortalidade, demandando estratégias terapêuticas eficazes. No entanto, estudos abrangentes sobre o manejo da IC, especialmente em populações idosas, são limitados no Brasil.

Objetivo

Investigar a otimização da terapia médica e seus impactos nos desfechos clínicos em pacientes com IC avançada, com foco na população idosa, como uma subanálise de um estudo maior com 150 pacientes.

Materiais e Métodos

Subanálise de um estudo observacional retrospectivo com 33 pacientes idosos (≥ 75 anos) com IC avançada, acompanhados por 6 meses, em um total de 150 pacientes. Coletaram-se dados demográficos, clínicos e terapêuticos, analisando-se a adesão e eficácia da terapia.

Resultados

Na admissão, 82% dos pacientes usavam medicamentos do sistema renina-angiotensina-aldosterona, enquanto após 6 meses, o percentual aumentou para 85%, com notável substituição de IECA e BRA por INRA no grupo total de pacientes, enquanto a população idosa apresentou uma menor prescrição de INRA em comparação ao grupo maior. Betabloqueadores foram usados por 97% dos pacientes inicialmente, reduzindo para 94% após 6 meses, com mudanças significativas nas preferências de agentes. A menor prescrição de betabloqueadores na população idosa pode estar relacionada à menor tolerância desses pacientes, possivelmente devido a efeitos bradicárdicos. Espironolactona foi utilizada por 79% e 82% na admissão e após 6 meses, respectivamente. A prescrição de iSGLT2 aumentou de 30% para 58%. A taxa de hospitalização diminuiu de 36% para 6%, com taxa de mortalidade de 2%.

Conclusões

Esta subanálise de um estudo maior destaca a influência das políticas de saúde na prescrição de medicamentos para a população idosa com insuficiência cardíaca. Observou-se uma tendência de aumento na prescrição de medicamentos do sistema renina-angiotensina-aldosterona e iSGLT2, enquanto o uso de betabloqueadores e hospitalizações diminuiu. A menor prescrição de INRA na população idosa sugere dificuldades de acesso a essa classe terapêutica, possivelmente relacionadas à política de fornecimento de medicamentos pelo SUS. Mudanças nas preferências de betabloqueadores sugerem individualização do tratamento, embora a menor prescrição desses agentes na população idosa possa ser atribuída à menor tolerância. No entanto, devido ao tamanho da amostra, são necessários estudos adicionais para confirmar essas observações e avaliar a significância estatística das diferenças observadas.

Área

IC Avançada

Autores

Gabriella Assink Castro, Ana Karyn Ehrenfried Freitas