Dados do Trabalho
Título
Perfil Epidemiológico, clínico e evolutivo da Takotsubo nas diferentes regiões do Brasil: Subanálise do Registro Brasileiro de Takotsubo (Takotsubo-BR)
Introdução e/ou Fundamento
A história natural, tratamento e evolução da Cardiomiopatia por Takotsubo(CT) no Brasil não estão bem caracterizadas devido a falta de registro nacional considerando a heterogeneidade étnica do país.
Objetivo
Estabelecer banco de dados que descreva características epidemiológicas, métodos complementares e evolução IHdos pacientes com CT no Brasil, diferenciando as regiões geográficas, a fim de promover um diagnóstico e tratamento mais eficazes.
Materiais e Métodos
Estudo retrospectivo, observacional e multicêntrico envolvendo 25 instituições distribuídas no território brasileiro. Critérios de inclusão baseados no InterTak e analisamos características clínicas, biomarcadores, tratamentos, ressonância magnética cardíaca (RMC) e mortalidade intra-hospitalar (MIH). A análise estatística realizada com teste X² e regressão logística.
Resultados
Incluidos 448 pacientes, 79,46% do SE; NE 9,19%; SUL4,48%; CO6,9%. Predominância feminina em todas regiões. A MIH foi de 15% no CO,14% no NE,7% no SE e 0% no Sul.Análise univariada do Takotsubo-BR revelou que idade >61anos foi preditor de MIH, no entanto, ao analisar cada região individualmente, não houve significância estatística. As regiões CO e SE contemplam mais de 60% desta população, enquanto NE 54.2% e Sul somente 15.4%. Choque Cardiogênico(CC) e sepse na análise univariada e regressão logística, mostraram-se como preditores de MIH por região,e por este motivo o uso de inotrópico (SE) e vasopressores (todas), também demonstraram significância como importantes preditores de MIH. Dor torácica se correlacionou nas regiões SE e CO como fator associado a sobrevida;na região NE resultado neutro e Sul nenhum paciente apresentou este sintoma. Presença de gatilho teve correlação com fator protetor na região CO. Notou-se disparidade na taxa de exames entre regiões: NTproBNP/BNP realizado em 41% dos pacientes no SE, 16% na região CO, 6% no NE e em nenhum do Sul. RMC foi realizada em 34% dos pacientes do SE, 8% NE, 9% CO e 7% no Sul. Tratamento medicamentoso também diferiu. Betabloqueador (BB) foi prescrito em 76% no Sul, 73% dos pacientes da região SE e 64% no CO e NE. IECA e BRA foram prescritos em 69% do SE, 77% NE, 90% CO e 76% Sul.Na análise univariada por região, IECA/BRA se mostraram protetores nas regiões CO, SE e CO e, o BB, nas regiões CO e SE. Ambos mostraram-se protetores ao analisar o Brasil de maneira geral.
Conclusões
A região SE representou a maioria dos casos e sua taxa de MIH é a 2ª mais baixa, atrás apenas do Sul. A ausência de MIH nesta região pode se justificar por idade mais jovem dos pacientes, amostra menor e menor incidência de complicações. Presença de dor torácica, gatilho, uso uso de BB e IECA/BRA, demonstraram potencial efeito protetor. Os achados sugerem oportunidades e aprimoramento no diagnóstico e tratamento da CT, visando reduzir mortalidade global.
Área
Pesquisa Básica
Autores
Louise Freire, Fabio Fernandes, Vinicius Daher Vaz, Vera Maria Cury Salemy, Adriano Mendes Caixeta, Estevao Lanna Figueiredo, Marcelo Westerlund Montera