Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

CONTROLE AUTONÔMICO E VOLUMES PULMONARES EM MOTOCICLISTAS DO DF : FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Introdução e/ou Fundamento

Os trabalhadores motociclistas, estão em constante exposição à poluição do ar no ambiente, aos ruídos sonoros e aos riscos de vida que envolvem o trânsito urbano. O contato crônico com essa poluição causa uma resposta inflamatória no sistema respiratório, aumento de doenças pulmonares e crônicas, morbidade cardiorespiratória. As condições inflamatórias têm sido associadas ao aumento do risco de doença cardiovascular (DCV), o mecanismo que as levam são o aumento da aterosclerose, da viscosidade sanguínea, redução da variabilidade da frequência cardíaca (VFC). Valores reduzidos na VFC enquanto o indivíduo está na posição de repouso, podem indicar um risco DCV.

Objetivo

 Avaliar os impactos do estresse veicular em motociclistas por meio de testes cardiovasculares e cardiorrespiratórios, correlacionando assim com fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como a insuficiência cardíaca a longo prazo.

Materiais e Métodos

O projeto foi submetido e aprovado em Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e resguarda os cuidados éticos de acordo com o Conselho Nacional de Saúde (CNS), por meio do número de parecer (2477664). Foram analisados 11 indivíduos de meia idade (entre 35-58 anos) motociclistas, do sexo masculino, com os critérios de inclusão sendo usuários de motocicleta ao menos uma vez por semana, há pelo menos um ano, não fumantes.Para a coleta da variabilidade da frequência cardíaca (VFC), foi utilizado o cardiofrequencímetro (Polar WindLink®), que capta e armazena a FC no software POLAR®, enquanto para espirometria foi utilizado o espirômetro portátil (Phillips®). Os dados foram analisados por meio do software Statistical for Social Science (SPSS).

Resultados

 O estudo verificou diferença estatística significativa nos índices de VFC nas posições supino, sedestado e ortostática, assim como, distúrbios ventilatórios através da espirometria. O presente estudo demonstrou não haver diferença significativa nos índices de RMSSD da posição supino (19,0 ±1,6 ms)  para sedestado (12,0±0,96 ms). Já para o ortostatismo (14,0±1,5) gerou uma diferença estatística significativa (p<0,05). Em relação aos índices de HF, pode-se observar uma diferença entre as posturas (supino 0,074 ±0,18, sedestação 0,092±0,07, ortostatismo 0,086 ±0,07). Em relação aos dados pulmonares, os indivíduos que apresentaram resultado dentro da normalidade somam (45,45%), seguido pelo restritivo leve (36,36%), o restritivo moderado com (9,09%) e o obstrutivo com (9,09%).   

Conclusões

Dessa forma, é possível observar que os motociclistas não apresentam modulações em diferentes posturas como descrito na literatura, além de ser observado padrão restritivo de diferentes níveis em 45,45% da amostra, o que pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como a insuficiência cardíaca.  

Área

Pesquisa Multidisciplinar

Autores

Bruna Silva Sousa, Orleane Lima Macedo, Renata Monique Queiroz da Silva , Vera Regina Fernandes da Silva Marães