Dados do Trabalho

Título

MORTALIDADE HOSPITALAR POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NO ESTADO DA PARAÍBA: UM ESTUDO DE 10 ANOS

Introdução e/ou Fundamento

A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica resultante da incapacidade do coração em bombear o sangue adequadamente para suprir as necessidades metabólicas tissulares. Dados do Brazilian Registry of Heart Failure (BREATHE) apontam que em 2012 houve 26.694 óbitos por IC no Brasil, com uma elevada taxa de mortalidade intra-hospitalar. Estudos sobre a mortalidade da IC no estado da Paraíba são limitados.

Objetivo

A presente análise tem por objetivo avaliar o número total de óbitos e a taxa de mortalidade hospitalar dos internados por IC no estado da Paraíba durante os anos de 2013 a 2023.

Materiais e Métodos

Trata-se de um estudo populacional, descritivo retrospectivo e de abordagem quantitativa, compreendendo o intervalo de 2013 a 2023, baseado em dados de pacientes maiores de 15 anos com IC, disponíveis a partir dos registros do DATASUS. Foi analisada a mortalidade absoluta e relativa da população (cujos dados apresentavam-se disponiveis até o ano de 2022), bem como a mortalidade hospitalar e a taxa de mortalidade hospitalar.

Resultados

Dos pacientes internados na Paraíba, foram registrados 6.763 óbitos por IC, o que representa 2,46% do total de óbitos registrados no estado no referido período. A mortalidade populacional média foi de 676,3 (± 63,27) e, em números absolutos, apresentou um declínio 5,8% de 2013 a 2022. A média da taxa de mortalidade foi de 13,68/100000 (± 2,88), com declínio de 10,23%, entre 2013 e 2023. Já em relação a mortalidade hospitalar, em números absolutos, entre 2013 e 2022, apresentou um decréscimo de 6,2% na Paraíba. De acordo com o sexo, obteve-se uma média de 10.303 (± 1315,10) no masculino e 10.385 (± 1370,27) no feminino. A taxa de mortalidade nas internações por IC foi de 13,7% no período estudado. A taxa de óbito intra-hospitalar apresentou crescimento ao longo de todo o período. O ano de 2023 apresentou aumento de 77,6% na frequência de mortalidade nas hospitalizações por IC, quando comparado com o ano de 2013, com taxa de mortalidade de 16,89% e 9,51%, respectivamente. Em relação à taxa de mortalidade hospitalar por faixa etária, indivíduos com idade superior a 80 anos se destacaram em relação às demais, com média de 35,95% de 2013 a 2023. Fica evidente, portanto, indicando o aumento progressivo da mortalidade conforme a progressão etária.

Conclusões

A IC persiste como problema de saúde pública devido às frequências elevadas de mortalidade hospitalar. O desenvolvimento deste estudo permitiu conhecer a mortalidade da IC no Estado da Paraíba, proporcionando uma melhor avaliação dessa doença ao longo do tempo. Devem ser realizados estudos clínicos para identificar as possíveis causas para a tendência do aumento da taxa de mortalidade hospitalar por IC.