Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE INTERNAÇÕES POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NO ESTADO DA PARAÍBA: ANÁLISE DE UMA DÉCADA

Introdução e/ou Fundamento

A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica resultante da incapacidade cardíaca de ejetar sangue para suprir as necessidades metabólicas. Caracteriza-se como uma patologia relacionada à piora da funcionalidade, redução da qualidade de vida e elevação da. Acomete mundialmente mais de 23 milhões de pessoas e, no Brasil, é considerada a principal causa cardiovascular de hospitalizações. Estudos estaduais sobre o perfil epidemiológico da IC são limitados.

Objetivo

A presente análise tem por objetivo avaliar o perfil epidemiológico de internações por IC no Estado da Paraíba, Brasil, durante os anos de 2013 a 2023, em relação a progressão do número total de internações, a faixa etária, sexo, cor/raça, regime e caráter de atendimento. Além disso, visa avaliar a média de tempo de permanência hospitalar dos pacientes internados, bem como delinear o custo total e o valor médio das internações por IC.

Materiais e Métodos

Trata-se de um estudo populacional, descritivo retrospectivo e de abordagem quantitativa, compreendendo o intervalo temporal de 2013 a 2023, e baseado em dados de pacientes maiores de 15 anos com IC. Foi utilizado o banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. As análises estatísticas específicas foram realizadas por meio do programa SPSS.

Resultados

No período analisado, ocorreram 28.646 internações hospitalares por IC na Paraíba, representando a principal causa de internações por doenças cardiovasculares (20,7%). Comparando os anos de 2013 e 2023, observou-se uma tendência decrescente de 55,6% no número absoluto de hospitalizações por IC. Do total de casos, 52,2% foram de pacientes do sexo masculino. Além disso, 73,4% corresponderam aos paciente com idade superior aos 60 anos, sendo a maior proporção correspondente à faixa etária entre 70 e 79 anos. A parcela autodeclarada parda representou 60% das internações, enquanto que a menor quantidade de hospitalizações foi da população indígena, com apenas 0,055%. Ademais, excluindo os dados sem informações, o caráter de atendimento e seu regime corresponderam, respectivamente, 98% em caráter de urgência e 61% nos serviços privados.  Evidenciou um tempo médio de internação de 7,64 (± 1,29) dias e custo total de R$47.486.508,03, com ampliação da média de permanência e do custo médio, respectivamente, 75% e 91,1%, nos últimos 10 anos.

Conclusões

Mesmo com a redução do número absoluto de internações, a IC persiste como problema de saúde pública devido ao crescimento da média de permanência e do custo da internação hospitalar. O desenvolvimento deste estudo permitiu conhecer a epidemiologia da IC no Estado da Paraíba, proporcionando uma melhor avaliação evolutiva dessa doença ao longo do tempo.