Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Avaliação de desfechos cardiovasculares com o uso de estimuladores de guanilato ciclase solúvel para insuficiência cardíaca: revisão sistemática

Introdução e/ou Fundamento

A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição clínica multifatorial e progressiva, caracterizada pela disfunção ventricular sistólica e diastólica e frequentemente associada à deficiência de óxido nítrico (ON). Estimuladores da guanilato ciclase solúvel (EGcS) são uma classe de fármacos com dupla ação, estimulando a guanilato ciclase solúvel (GCs) independente ON e aumentando a sensibilidade da GCs ao ON sendo potencialmente benéfico no tratamento da IC. 

Objetivo

Avaliar desfechos cardiovasculares em pacientes com IC em uso de EGcS.

Materiais e Métodos

O presente estudo é uma Revisão Sistemática cujas etapas para a sua construção estão descritas no protocolo PRISMA. A questão norteadora foi estabelecida com base no acrônimo PICO: “Como os EGcS atuam nos desfechos cardiovasculares de pacientes com IC?”. A seleção dos artigos foi realizada em duplo cego, durante os meses de abril e maio de 2024 através das bases: PubMed, Science Direct e Cochrane. A avaliação do risco de viés foi realizada através da ferramenta GRADE.

Resultados

Foram selecionados 8 ensaios clínicos randomizados. Nesses estudos, nos pacientes com IC com fração de ejeção preservada (ICFEP), foi observado que os EGcS, quando comparados com placebo nos estudos analisados, mostraram aumento do débito cardíaco e diminuição do gradiente transpulmonar e da resistência vascular pulmonar em pacientes com IC com fração de ejeção preservada. Além disso, mostraram-se seguros quanto à ocorrência de efeitos adversos e capaz de melhorar qualidade de vida em pacientes com descompensação de até 4 semanas. Em nenhuma classe de IC, os EGcS foram capazes de melhorar níveis de BNP ou NT-proBNP. Não houve melhora significativa nos níveis de BNP ou NT-proBNP em até 12 semanas, na diminuição da pressão arterial média pulmonar, na resistência vascular sistêmica, na pressão arterial média ou no pico de Vo2. Já nos pacientes com IC e fração de ejeção reduzida, não houve alteração nos níveis de NT-proBNP até 12 semanas após descompensação, mas houve diminuição significativa na morte cardiovascular e primeiras hospitalizações por IC.

Conclusões

Os estudos mostraram-se favoráveis ao uso de EGcS para uso em pacientes com ICFEP quanto a melhora da função cardíaca e da qualidade de vida dos pacientes, além de terem se mostrado seguros quanto à ocorrência de efeitos adversos. Entretanto, não foi evidenciado melhora nos níveis de BNP nem de NT-proBNP nos pacientes em uso dessa medicação.

Área

Pesquisa Básica

Autores

Maria Luiza Vasconcelos Montenegro , Marcela Vasconcelos Montenegro, Vanessa de Oliveira e Silva, Wellington Albuquerque de Araújo, Alana Vilar de Carvalho, Pedro Vinícius Silva Felipe, Marcelo Augusto Cirilo dos Santos, João Victor Loiola, Imara Correia de Queiroz Barbosa