Dados do Trabalho
Título
PERFIL DOS PACIENTES INTERNADOS POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ISQUÊMICA EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA
Introdução e/ou Fundamento
A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome complexa que se caracteriza por alteração estrutural ou funcional do coração. Uma das etiologias mais importantes é a isquêmica, que acarreta dano importante no funcionamento cardíaco. É essencial mapear essa patologia em pacientes com doença coronariana, pois a IC leva a grande comprometimento socioeconômico.
Objetivo
Delinear o perfil clínico e epidemiológico de pacientes que foram internados por IC descompensada de etiologia isquêmica no ano de 2021 em hospital de referência cardiológico do estado de Pernambuco.
Materiais e Métodos
Estudo observacional, descritivo e retrospectivo. Analisada base de dados de janeiro a dezembro de 2021 de indivíduos portadores de IC internados em hospital terciário de cardiologia. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética do hospital.
Resultados
Foram obtidos 171 pacientes entre 32-97 anos (média de 67±11,6 anos). Do total, 56,7% eram homens e 43,3% mulheres. Dos pacientes, 73,7% eram procedentes da região metropolitana do Recife, 17% da zona da mata e 10% do agreste, sertão e outros estados. Com relação às comorbidades, 87,13% eram hipertensos, 19,3% tinham fibrilação atrial, 56,1% possuíam diabetes mellitus tipo 2, 41,5% tinham dislipidemia, 17% eram etilistas ou ex-etilistas e 45% tabagistas ou ex-tabagistas. A fração de ejeção (FE) média foi de 39,7%. Sobre sua classificação, 55,6% dos pacientes tinham ICFE reduzida, 16,4% ICFE moderadamente reduzida e 23% ICFE preservada. Na admissão, 57,9% apresentavam classe funcional pela New York Heart Association (NYHA) IV e 24,6% NYHA III; 66,7% tinham o perfil B de descompensação. Com relação às doenças isquêmicas, 55,6% tinham sofrido infarto agudo do miocárdio prévio, 18,1% já tinham sido submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) e 28,6% à angioplastia coronária percutânea. O tempo médio de internamento foi de 31±89,9 dias. Quanto ao desfecho, 85,4% tiveram alta, 25% com reinternamento dentro de um ano, e 14,6% sofreram óbito.
Conclusões
Na amostra estudada, a prevalência de ICFER mostra o impacto das etiologias isquêmicas no declínio da função ventricular. Ademais, seguindo a tendência mundial da doença coronariana isquêmica, o estudo mostrou prevalência de fatores de alto risco cardiovascular associados, refletindo multimorbidade. Portanto, a atenção ao paciente de forma completa se faz fundamental para manejo e prevenção da IC.
Área
Pesquisa Clínica
Autores
Giovana Arcuri Cavalcanti, Júlia Feitosa Brito Santos, Marcela Vasconcelos Montenegro, Victória Bedor Jardim Quirino , Clara Andrade Pontual Peres, Ana Carolina Dias Almeida , Giulia Antoni Ferreira Rocha , Enzo Macêdo Nunes , Henrique Macedo Claudino , Fernando Rabelo Oliveira Cavalcanti Filho , Carolina Jerônimo Magalhães, Rafael Silvestre Vieira Silva, Rodrigo Rufino Pereira Silva , Marina Nogueira Paiva Henriques, Carlos Eduardo Lucena Montenegro