Dados do Trabalho
Título
FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR E O NÚMERO DE ÓBITOS POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM ADULTOS DE RECIFE, DE 2017 A 2021: ESTUDO ECOLÓGICO
Introdução e/ou Fundamento
A insuficiência cardíaca (IC), entre os anos 2008 e 2018, foi causa de mais de 252 mil mortes no Brasil.O controle dos fatores de risco (FR) somado à organização dos serviços de saúde podem influenciar esses resultados. Assim, é preciso identificar os entraves e os grupos vulneráveis (GV) para direcionar ações de saúde pública.
Objetivo
Analisar os principais pontos de atuação da atenção primária à saúde (APS) sobre mortalidade por IC por meio da avaliação dos fatores e comportamentos de risco associados às complicações, traçando possíveis comparações destes dados com o número de óbitos entre 2017 a 2021, em Recife.
Materiais e Métodos
Estudo ecológico de série temporal com análise estatística descritiva realizado usando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/DATASUS) e do VIGITEL dos anos de 2017 a 2021. Os dados coletados foram óbitos por causas evitáveis por IC na população de 18 anos a 74 anos da cidade do Recife no DATASUS e dados sobre fumantes, excesso de peso e obesidade, consumo de hortaliças, refrigerantes e álcool, avaliação negativa do estado de saúde, hipertensão e diabetes na população adulta do Recife no VIGITEL. Os dados extraídos foram colocados em planilha no Excel 2020, e seguidamente realizados cálculos de porcentagem simples.
Resultados
Entre os anos 2017 a 2021, cresceu 78% o número de óbitos por IC em Recife, de 87 para 155 óbitos. Além disso, nota-se predominância de mortes na faixa etária de 60 a 69 anos de idade, com 177 óbitos, seguida da faixa de 70 a 74 anos, com 121 óbitos. Percebe-se também que o aumento dos óbitos é acompanhado no VIGITEL pelo aumento da porcentagem do consumo de refrigerantes (7,4% para 11,3%), do número de fumantes (7,4% para 9,8%), da autoavaliação negativa do estado de saúde (3,2% para 4,1%) e da redução do consumo ideal de hortaliças (35,1% para 34,5%).
Conclusões
Apesar do aumento da cobertura da Estratégia de Saúde da Família (ESF), e da redução do número de internações por IC de 2008 a 2016 no Nordeste, a região permanece com tendência crescente da taxa de mortalidade até 2019. Ademais, ainda que o “Programa Hiperdia”, implantado em 2012, tenha conseguido controlar a hipertensão e os outros FR cardiovasculares o número de óbitos por IC ainda é crescente, revelando um provável difícil controle desse dado. Também, pode estar relacionado ao aumento do número de idosos e à prevalência de FR nesse grupo, os quais requerem cuidado de múltiplas demandas, trazendo desafios para os profissionais da ESF. Assim, é preciso que a APS atue na melhoria de seus programas de promoção de saúde a fim de atuar no controle de FR em GV, principalmente idosos a fim de reduzir os óbitos de uma das principais causas dentre as doenças do aparelho circulatório.
Área
Pesquisa Básica
Autores
Luiz Fernando Bezerra de Melo, Michelle Bento de Brito, Yago Cardoso Amorim, Graziela Prest Miralha, Jamile Rodrigues Cosme de Holanda