Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

RESPONSIVIDADE E INTERPRETABILIDADE DO WORLD HEALTH DISABILITY ASSESSMENT SCHEDULE (WHODAS) 2.0 APÓS UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDÍACA EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

Introdução e/ou Fundamento

A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa que resulta na incapacidade física e na perda da independência funcional, dificultando a vida do paciente com IC, podendo degradar sua qualidade de vida. Apesar da facilidade de estimar a capacidade funcional por meio de instrumentos validados muito pouco se sabe sobre a prevalência, a gravidade dos déficits nas atividades de vida diária desta população. Dessa forma o World Health Organization Disability Assessment Schedule (WHODAS) 2.0, pode ser um instrumento importante para verificar impactos positivos ou não em serviços de reabilitação para pacientes com IC por ser um instrumento que mensura de forma geral a funcionalidade e a incapacidade nos principais domínios da vida.         

Objetivo

Verificar a responsividade e a interpretabilidade do WHODAS 2.0 em pacientes com IC submetidos a um programa de reabilitação cardiovascular (RCV). 

Materiais e Métodos

Estudo prospectivo em indivíduos com diagnóstico de IC que se submeteram a um programa de reabilitação cardiovascular supervisionado. O programa incluiu principalmente exercícios aeróbicos e de força, realizados 2x/semana, durante oito semanas. Foram avaliados antes e após o programa com os seguintes instrumentos: WHODAS 2.0, versão de 36 itens, Classificação funcional pela New York Heart Association (NYHA), Teste de caminhada de 6 minutos (TC6), Questionário de Qualidade de Vida de Minnesota, Capacidade Funcional estimada pelo Duke Activity Status Index (DASI). A responsividade à terapia de reabilitação foi avaliada pelo teste Wilcoxon. Para a interpretabilidade objetivou-se investigar um valor de diferença mínima importante (DMI), a partir de métodos baseados em âncoras e em distribuição.

Resultados

A maioria era do sexo feminino (n=22, 55%), com IC do tipo fração de ejeção preservada (n=21, 52,5%), média de idade de 62,1±13,4 anos, Fração de ejeção do ventrículo esquerdo média de 50,8±15,5%. Foi verificado uma melhora em todos os domínios do WHODAS 2.0, entretanto sem diferença estatística na cognição, autocuidado, relações interpessoais e atividades de trabalho (p>0,05). Além disso observados uma melhora no TC6 (p=0,003) e na qualidade de vida (p<0,001). Nas correlações entre as variáveis foi observado apenas uma correlação fraca entre as atividades domésticas do WHODAS e o DASI. A partir de métodos baseados em âncoras e em distribuição, não foi possível estimar uma DMI para o WHODAS 2.0. 

Conclusões

O WHODAS 2.0 é um instrumento responsivo, pois foi capaz de detectar mudanças no estado de saúde dos pacientes. Entretanto, não foi possível predizer um delta de melhora na pontuação do WHODAS 2.0 capaz de estimar uma diferença mínima clinicamente importante para a população estudada. 

Área

Pesquisa Multidisciplinar

Autores

Cristiany Azevedo Martins, Gyslane Felix Sousa, CAROLINE ALVES MADEIRA, GLENDA MARIANO DE QUEIROZ SILVA, MARIA BEATRIZ DE CARVALHO CAMPOS, JULIA MARIA SALES BEDÊ, PEDRO LUCAS DE LIMA FREITAS, THAÍS ELIAS MOURA, DANIELA GARDANO BUCHARLES MONTALVERNE