Dados do Trabalho
Título
Análise dos Parâmetros Clínicos de Pacientes Hospitalizados com Miocardite em um hospital Terciário de Belo Horizonte: Uma Avaliação retrospectiva
Introdução e/ou Fundamento
A miocardite é uma condição inflamatória do miocárdio que pode resultar em disfunção cardíaca aguda. Sua incidência tem aumentado nos últimos anos, especialmente devido à maior conscientização e ao avanço nos métodos de diagnóstico. A miocardite pode ter várias causas, incluindo infecções virais, bacterianas, fúngicas ou parasitárias, reações imunomediadas e exposição a toxinas. Pode se apresentar com uma ampla gama de sintomas, que variam desde um resfriado leve até insuficiência cardíaca aguda, dor torácica e arritmias potencialmente fatais com risco de vida.
Objetivo
Analisar os parâmetros clínicos, de imagem e laboratoriais de pacientes hospitalizados com miocardite em um hospital terciário de Belo Horizonte-MG.
Materiais e Métodos
Estudo transversal, retrospectivo em um serviço terciário de Belo Horizonte, no período de abril de 2023 a maio de 2024, com pacientes diagnosticados com Miocardite, com idade superior a 18 anos. Foram analisados parâmetros clínicos, como: pressão arterial, frequência cardíaca, classificação funcional, troponina e etiologia da Miocardite, além de resultados laboratoriais e de imagem.
Resultados
Total de 26 pacientes, 46% mulheres. Idade média 49,5 anos (19-80). 73% com etiologia viral. Em relação aos dados vitais à admissão, 19% apresentaram pressão arterial elevada e 15% com taquicardia. Os sintomas mais comuns foram dispneia (81%) e dor torácica (73%). A presença de edema miocárdico (92%) e realce tardio sugestivo de necrose e/ou fibrose miocárdica, não isquêmico no ventrículo esquerdo (58%) foram as alterações mais encontradas à RM cardíaca. BNP e troponina estavam alteradas em 26% dos pacientes. Em relação à classificação funcional, 26% estavam em NYHA III, 15% em NYHA IV e 55% em NYHA II. Todos os pacientes receberam betabloqueadores e inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Todos receberam alta hospitalar e estão em acompanhamento ambulatorial, a maioria em reabilitação cardíaca supervisionada. Apenas uma paciente reinternou-se no período.
Conclusões
Nossos dados corroboram os da literatura, mostrando que a etiologia viral é a predominante e que os fenótipos de insuficiência cardíaca e dor torácica simulando síndrome coronariana são os mais frequentes. Os biomarcadores, mas, especialmente, a ressonância magnética cardíaca são fundamentais para o diagnóstico. Quando iniciados precocemente, o tratamento clínico otimizado contribui para a boa evolução clínica.
Área
Pesquisa Clínica
Autores
Fernanda Roquette de Araújo, Estêvão Lanna Figueiredo, Bruna Francilene Silva Rodrigues, Fernanda Dias Freire, Gustavo Micena de Araújo