Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Impacto da reatividade contra painel de linfócitos e do cross match virtual na sobrevida pós-transplante cardíaco e no tempo de internação

Introdução e/ou Fundamento

Introdução: A reatividade contra painel de linfócitos (PRA) e o crossmatch virtual realizados antes do transplante são estratégias que visam minimizar o risco de complicações após transplante cardíaco.

Objetivo

Objetivo: Avaliar se alteração do PRA e o status do crossmatch virtual antes do transplante impactam de forma significativa no tempo de internação, na incidência de disfunção primária do enxerto e na mortalidade em um ano após transplante cardíaco.

Materiais e Métodos

Métodos: Estudo retrospectivo com 310 pacientes adultos transplantados cardíacos no Incor HC-FMUSP no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2019. Foi utilizado o teste do Qui-quadrado ou teste Mann-Whitney para avaliar a relação entre a positividade do PRA e do crosmatch virtual com disfunção primária do enxerto e com tempo de internação. A regressão de Cox simples foi utilizada para estabelecer a relação entre sensibilização imunológica e mortalidade no primeiro ano após TxC.  Em nosso serviço utiliza-se a plataforma luminex para determinacão do PRA, considerando um corte de MFI (mean fluorescence intensity) de 1500.

Resultados

Resultado: Dos 310 pacientes analisados, 69 pacientes (22.2%) apresentaram PRA positivo para anticorpo classe I. A positividade do PRA para anticorpos classe II ocorreu em 24 pacientes (7.7%). O crossmatch virtual foi positivo em 19 pacientes (6.6%). Destes, 1 paciente apresentava MFI < 1500, 12 apresentavam MFI entre 1500 e 3000 e 6 pacientes mostravam MFI > 3000. A terapia de indução foi realizada em 43 pacientes (13.9%). A positividade do PRA ou do crossmatch virtual, não estiveram relacionados com aumento da mortalidade no primeiro ano ou com disfunção primária do enxerto no PO imediato, independente do valor do MFI. O tempo de internação após TxC foi em média de 33 dias, os pacientes com MFI > 3000 (1%), apresentaram tempo médio internação de 53.6 dias (p:0.3). A realização de terapia de indução antes do transplante se relacionou com aumento de mortalidade (p0.023; OR 3.8; IC 95%: 1.2-12.2). 

Conclusões

Conclusão: Nesta casuística, a positividade do PRA ou do crosmatch virtual antes do transplante não apresentaram correlação com mortalidade no primeiro ano após TxC ou com disfunção primária do enxerto. Os pacientes com crosmatch virtual positivo e MFI > 3000 mostraram uma tendência a apresentar maior tempo de internação hospitalar.  

Área

IC Avançada

Autores

Gabriel Barros Aulicino, Sandrigo Mangini, Fabiana G. Marcondes-Braga, Luis Fernando B.C. Seguro, Monica Samuel Avila, Iascara Wozniak Campos, Fabio A. Gaiotto, Fernando Bacal