Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Avaliação dos fatores preditores de disfunção primária do enxerto e do prognóstico clínico durante a internação e seguimento após Transplante Cardíaco

Introdução e/ou Fundamento

O transplante cardíaco (TxC) é o tratamento padrão-ouro para pacientes com insuficiência cardíaca avançada e que apresentam sinais de mau prognóstico.

Objetivo

O objetivo deste estudo foi revisar as características clínicas dos pacientes submetidos a Transplante Cardíaco e identificar os fatores de risco para ocorrência de disfunção primária do enxerto (DPE) no pós-operatório imediato.

Materiais e Métodos

Estudo de coorte retrospectiva onde foram analisados 310 pacientes adultos transplantados no Incor (HC-FMUSP) entre janeiro 2013 e dezembro 2019. A análise de regressão logística univariável e multivariável foi utilizada para estabelecer preditores independentes de ocorrência de disfunção primária do enxerto no pos-operatorio imediato, conforme os criterios da ISHLT. A regressão de Cox simples foi utilizada para estabelecer correlação entre DPE e mortalidade em 01 ano. 

Resultados

Três variáveis associadas ao receptor foram estatisticamente significativas na predição de disfunção primária do enxerto (DPE): BNP > 1200 mg/dl, tempo de CEC> 110 min e os pacientes em Intermacs I (em suporte circulatório mecânico com ECMO) antes do transplante. Evolutivamente, os pacientes que apresentaram DPE tiveram piora mais significativa da função renal após TxC (Variacao da Creatinina imediatamente pre-TxC - Cr no 7 dia após TxC: - 0.6 e - 0.1, respectivamente, p<0.009), e necessidade de doses mais elevadas de inotrópicos no pós-operatório (escore inotrópico no 1; 5 e 7 dias: 19 e 49; 5 e 25; 2.5 e 15; respectivamente; p<0.001). A ocorrência de DPE se associou a maior mortalidade após TxC (p<0.001) e a maior tempo de internação em UTI, no grupo de pacientes com DPE grave, que necessitaram de dispositivo de assistência circulatória (p<0.001) para suporte hemodinâmico no pós-operatório.    

Conclusões

Nesta população, três variáveis são fatores de risco independentes para a ocorrência de DPE: BNP > 1200 mg/dl, tempo de CEC> 110 min e os pacientes mais graves (Intermacs I > com necessidade de suporte circulatório mecânico) antes do transplante. Além disso, a ocorrência de DPE também se associou a maior morbidade e mortalidade durante internação.

Área

IC Avançada

Autores

Gabriel Barros Aulicino, Sandrigo Mangini, Fabiana G. Marcondes-Braga, Luis Fernando B. C. Seguro, Monica Samuel Avila, Iascara Wozniak Campos, Fabio A. Gaiotto, Fernando Bacal