Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

A diversidade regional na mortalidade da Doença de Chagas no Brasil - avaliando série histórica

Introdução e/ou Fundamento

A Doença de Chagas (DC) permanece como a principal causa de morbimortalidade entre as doenças tropicais negligenciadas no Brasil. Apesar da elevada prevalência, a notificação da forma crônica da doença teve início efetivo apenas após 2022. A mortalidade apresenta variação regional e a disponibilização destes dados em plataforma digital pode fornecer insights valiosos para orientar políticas de saúde pública relacionadas à doença.

Objetivo

Comparar a mortalidade por Doença de Chagas nas regiões do Brasil utilizando uma técnica de programação e disponibilização do código na plataforma GITHUB.

Materiais e Métodos

Foram incluídas todas as mortes ocorridas no Brasil entre 2011 e 2022, registradas nas Declarações de Óbito (DO), as quais constam no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde – Brasil, cujos dados estão disponíveis no DATASUS. Para a coleta e processamento dos dados, a biblioteca PySUS foi amplamente aplicada, realizando cerca de 75 mil buscas e downloads. Esses dados foram posteriormente filtrados utilizando a biblioteca 'Pandas' na linguagem Python.  Foi criado um mapa com dados das frequências nas regiões do país com a apresentação dos resultados (Figura 1).

Resultados

Foram avaliados os dados de mortalidade de um período de 12 anos. Houve predomínio do sexo masculino (52,4%), idade média de 70 anos (DP: 13) e etnia parda (43,9%). O coeficiente de mortalidade foi de 2,90 em 2011 e 2,92 por 100.000 habitantes em 2022, apresentando maior índice nos anos de 2020 e 2021, com 3,04 e 3,18, respectivamente. O coeficiente de mortalidade apresentou diferença significativa quando comparado entre regiões, sendo mais elevado no Centro-Oeste. Em 2011, esse coeficiente foi de 8,39, aumentando para 10,01 em 2021 e permanecendo elevado em 2022, com 9,33 óbitos/100.000 habitantes. Destaca-se o estado de GO, que apresentou a maior média do país (15,11) quando analisado todo o período.  No entanto, os extremos do país exibem os menores valores: a região Sul registrou 0,94 (2011) e 0,68 (2022) por 100.000 habitantes, enquanto a região Norte registrou 0,61 (2011) e 0,97 (2022) por 100.000 habitantes. Os menores índices de mortalidade no intervalo foram identificados nos estados do Amazonas e Santa Catarina (0,05 e 0,08/100.000 habitantes, respectivamente). Os dados da série por estado estão representados no mapa (Figura 1). O código encontra-se a disposição no link: .

Conclusões

A Doença de Chagas apresenta elevada mortalidade, com distribuição desigual entre as regiões do país. A disponibilização do código de computação pode facilitar o acesso rápido a esses dados, bem como sua posterior análise, possibilitando que o assunto seja constantemente revisitado. 

Área

Pesquisa Clínica

Autores

Gabrielly Nacimento, Luís Eduardo Martins Alves, Fernando Sales, Carolina Araújo Medeiros, Celina Guimarães, Gabriela Arcoverde Wanderley, Paula Inessa Sousa, Camila Nogueira Lira, Marcela Vasconcelos Montenegro, Cristina Velloso Carrazzone, Wilson Alves Oliveira Jr, Silvia Marinho Martins