Dados do Trabalho
Título
QUAL PROTOCOLO DO TESTE SENTAR E LEVANTAR É CAPAZ DE PREDIZER A CAPACIDADE FUNCIONAL DE EXERCÍCIO EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA?
Introdução e/ou Fundamento
Sabe-se que indivíduos com insuficiência cardíaca (IC) apresentam importantes perdas funcionais, tais como a força muscular periférica, a redução nos níveis de atividades de vida diária, a intolerância ao exercício e a maior fadiga. Medidas avaliativas devem ser melhores apresentadas, estudos recentes sugeriram usar o teste sentar e levantar de um minuto (TSL-1min) como uma alternativa ao teste de caminhada de seis minutos (TC6).
Objetivo
Analisar, dentre os 3 tipos de protocolos do teste de sentar e levantar, qual é capaz de predizer a capacidade funcional de exercício em pacientes com IC e verificar a associação dos 3 protocolos.
Materiais e Métodos
Trata-se de uma pesquisa transversal, realizado no Serviço de Fisioterapia Cardiovascular de um Ambulatório de Cardiologia de Referência no Nordeste Brasileiro, no período de outubro de 2022 a novembro de 2023. 56 pacientes diagnosticados com IC com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) normal e reduzida, foram submetidos a uma avaliação clínica, aplicação da escala de funcionalidade do New York Heart Association (NYHA), TSL de 5 repetições (TSL-5rep), de 30 segundos (TSL-30s) e de 1 minuto (TSL-1min), Teste da caminhada de 6 minutos (TC6) e Avaliação da Força Muscular do Quadríceps (FMQ). Os dados foram analisados pela estatística descritiva e inferencial. Correlações foram obtidos usando coeficientes de correlação de Spearman. A análise da curva da característica operacional do receptor (ROC) foi usada para mostrar a capacidade de cada protocolo TSL de identificar indivíduos com exercício funcional de incapacidade funcional ou preservado capacidade no TC6.
Resultados
A média de idade dos participantes foi de 60,4±15,3 anos, sendo 30 (52,6%) mulheres e destes 27 (47,4%) possuíam FEVE preservada. Os 3 protocolos foram capazes de identificar sujeitos com capacidade de exercício baixa e preservada, porém o TSL-1min apresentou melhores valores discriminativos (AUC=0,629). Também foi observado boa correlação entre os três protocolos (r>0,668, p<0,001). Foi verificado uma correlação dos 3 testes com o TC6 (r=0,582, p<0,001). A força do quadríceps não apresentou correlação somente com o TSL-5rep (r=0,174, p=0,199). Foram verificadas maiores alterações nas variáveis de frequência cardíaca (9,62±12,98), saturação periférica de oxigênio (-0,96±2,20), pressão arterial sistólica (8,28±13,36), dispneia e fadiga de membros inferiores no TSL 1-min (p<0,05).
Conclusões
Os 3 protocolos do TSL são capazes de predizer a capacidade funcional de exercício em pacientes com IC, entretanto, oTSL-1min apresentou-se como o melhor protocolo, pois apresentou associações moderadas aos desfechos clínicos. Além disso foi verificado boa associação entre os 3 protocolos do TSL.
Área
Pesquisa Multidisciplinar
Autores
Gyslane Felix Sousa, CRISTIANY AZEVEDO MARTINS, CRISLAINE SILVA COSTA, Gabriela Floriano da Silva Tavares, Lindemberg Barreto Mota da Costa, MARIA LUÍZA CARDOSO DE OLIVEIRA, TAYNAN FERREIRA DA SILVA, VINICIUS DE SOUSA VERAS, DANIELA GARDANO BUCHARLES MONTALVERNE