Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Mortalidade do infarto agudo do miocárdio em pacientes com Covid-19: revisão sistemática da literatura e metanálise

Introdução e/ou Fundamento

Diversos estudos relatam os comprometimentos cardíacos ocasionados pelo SARS-CoV-2, incluindo eventos trombóticos, lesão miocárdica e isquemia, que resultaram em mortes por todo o mundo. O Infarto Agudo do Miocárdio é uma das complicações mais letais da Covid-19, estando relacionado à ruptura de placas ateroscleróticas precipitada por danos nas células endoteliais e um estado inflamatório exacerbado.

Objetivo

Avaliar a mortalidade do infarto agudo do miocárdio em pacientes com Covid-19.

Materiais e Métodos

Trata-se de uma revisão sistemática de literatura e metanálise realizada através das bases MEDLINE-PubMed, Embase, LILACS, SciELO e Scorpus, em abril de 2024. A busca dos estudos foi realizada na língua inglesa, com os seguintes descritores: "Acute myocardial infarction" AND "COVID-19 sequelae" OR "Acute myocardial infarction" AND "COVID-19" AND “Prevalence”. Dois revisores conduziram a elegibilidade, a triagem e a extração de dados. Foi utilizado o software Rayyan no processo de inclusão e exclusão dos artigos, além do software R para realização da análise estatística.

Resultados

1226 estudos foram identificados no total. Destes, 1215 artigos foram excluídos após a leitura de título e resumo. Após a leitura completa dos textos, 11 estudos retrospectivos foram incluídos na revisão. No total, 110.906 pacientes com IAM participaram dos estudos. Foram avaliadas a mortalidade dos pacientes no período entre a admissão até 30 dias após alta hospitalar, como também a ocorrência de infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST) entre os grupos com e sem infecção por Covid-19. Na metanálise, observou-se o que o grupo de pacientes com um diagnóstico de infarto agudo do miocárdio e infecção concomitante por Covid-19 esteve significativamente associado ao aumento da mortalidade em relação ao grupo controle (OR=4,52 [2,47 a 8,26]; p<0,01; i2=93%). Foram realizadas análise de subgrupo por continente e meta-regressão por idade. Contudo, nenhuma dessas variáveis reduziu à alta heterogeneidade, demonstrando que não influenciaram significativamente no resultado da metanálise. Além disso, não foi observada diferença significativa na ocorrência de IAMCSST entre os grupos analisados (OR=0,95 [0,70 a 1,28]; p=0.73; i2=23%).

Conclusões

Pacientes com infarto agudo do miocárdio e Covid-19 apresentaram um risco maior de mortalidade em comparação a indivíduos com infarto agudo do miocárdio sem a infecção por SARS-CoV-2. 

Área

Pesquisa Clínica

Autores

João Gabriel Santana Trindade, Diogo Costa Garção