Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Valores da força muscular respiratória associados à classificação da insuficiência cardíaca de pacientes acompanhados em uma clínica especializada

Introdução e/ou Fundamento

A insuficiência cardíaca (IC) tem sido considerada um grave problema de saúde pública com elevado desfecho de morbimortalidade e alto índice de disfunções cardiorrespiratórias. Pouco se sabe sobre o perfil da Força Muscular Respiratória (FMR) e sua relação com a classificação da IC.

Objetivo

Descrever as características da FMR e suas diferenças pela classificação da IC em pacientes acompanhados em uma clínica especializada.

Materiais e Métodos

Estudo transversal, retrospectivo que incluiu 44 pacientes, de ambos os sexos, acompanhados em uma clínica de IC de uma Universidade (RJ, Brasil). Os pacientes desta clínica seguem um protocolo de avaliação, incluindo testes funcionais específicos, dentre eles, a medida da Força da Muscular Inspiratória e Expiratória (FMI e FME), com a mensuração das Pressões Inspiratória Máxima e Expiratória Máxima (PiMáx e PeMáx). A amostra foi separada segundo o diagnóstico da IC com fração de ejeção preservada ou reduzida (grupo ICFEP e grupo ICFER) e comparada entre eles. A análise estatística foi feita a partir do Teste t-Student, considerando p<0,05 como significante.

Resultados

A partir de uma análise retrospectiva, foram avaliados 44 indivíduos, 22 homens, idade 66±9 anos. 16 pacientes com ICFEP e 28 com ICFER (36%, 64%). A FMI encontrava-se 25% menor no sexo feminino (67,2±34,9 cmH2O) quando comparada ao sexo masculino (90,3±41,4 cmH2O). Tanto mulheres como homens com ICFEP apresentaram respectivamente uma PiMáx: 54,4±29,9 cmH2O e 67±20,1 cmH2O (70% e 59% do predito). De outro modo, em relação aos pacientes com ICFER a FMI em mulheres apresentou uma PiMáx de 76±35,4 cmH2O (95% do predito) e em homens com ICFER PiMáx: 101,1±44,2 cmH2O (99,9% do predito). Ocorreu uma diferença significante entre os valores percentuais do valor predito nos grupos ICFER e ICFEP respetivamente, tanto entre homens (99,9±11 vs 70±7%) como em mulheres (95±11 vs 59±9%) com o valor de p<0,05 para todos.

Conclusões

Estes resultados preliminares apresentaram menores valores da PiMáx em ambos os sexos nos pacientes com ICFEP, quando comparados aos de ICFER, com um percentual do valor predito ≤70, caracterizando estes pacientes com déficit na FMI. Tais dados sugerem que os pacientes com ICFEP apresentaram tendência à fraqueza da musculatura inspiratória. Portanto, associar a classificação da IC à avaliação da FMI e FME, poderá acrescentar um importante dado clínico no diagnóstico e na prescrição da conduta de pacientes com ICFEP.

Área

Pesquisa Multidisciplinar

Autores

Giulia Barbosa Avólio, Christiane Alves, Felipe Modesto, Luana Marchese, Sheila Abdala, Antônio Lagoeiro, Evandro Tinoco Mesquita, Mônica Quintão, Sérgio Chermont