Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Autocuidado na insuficiência cardíaca: impacto na mortalidade global e cardíaca - Subanálise do Ensaio Clínico MESSAGE-HF

Introdução e/ou Fundamento

No Brasil, a descompensação da insuficiência cardíaca (IC) é frequentemente atribuída à prática inadequada do autocuidado, conhecimento insuficiente dos pacientes sobre sinais de piora e uso irregular de medicamentos. Estratégias tradicionais de acompanhamento, embora benéficas, enfrentam desafios de reprodutibilidade. Abordagens de transição de cuidados mais pragmáticas são necessárias principalmente para que seus resultados tenham viabilidade a longo prazo. 

Objetivo

Apresentar os resultados da subanálise do ensaio clínico MESSAGE-HF na perspectiva do comportamento do autocuidado relacionado com desfechos globais e cardíacos de mortalidade. 

Materiais e Métodos

Subanálise do ensaio clínico randomizado MESSAGE-HF. Os participantes foram designados aleatoriamente para uma estratégia multifacetada de telemonitoramento com envio de mensagens de texto, associado a algoritmos de inteligência artificial e ferramentas de ensino de autocuidado (grupo experimental), ou acompanhamento padrão nas instituições em estudo. Pacientes elegíveis foram recrutados em 30 clínicas de IC distribuídas nas cinco regiões no Brasil até 30 dias após internação índice por descompensação da IC. O autocuidado foi avaliado pela Versão Brasileira da European Heart Failure Self-care Behavior Scale, composta por 12 itens, com pontuação máxima de 60 pontos (menores escores indicam melhor autocuidado). Utilizou-se Kaplan-Meier para avaliar sobrevivência ao longo do tempo com base em mudanças nos escores de autocuidado associado a mortalidade por todas as causas e tempo até a morte por causa cardiovascular.

Resultados

Foram randomizados 699 pacientes. As características sociodemográficas e clínicas foram avaliadas globalmente na amostra. No período de 30 dias do início do seguimento, 247 apresentaram níveis elevados de autocuidado (<= 20). A média de idade deste grupo foi de 62±14 anos, predominantemente masculinos (66,8%). Associação entre mudanças no autocuidado e mortalidade por todas as causas e tempo até morte por causa cardiovascular indicaram diferença estatisticamente significativa (p=0,011 e p=0,023), sugerindo maior sobrevida em pacientes com redução mínima de 4 pontos no autocuidado.

Conclusões

Resultados da subanálise destacam a importância do autocuidado na IC, indicando que melhoria significativa está associada a redução de desfechos clínicos importantes, como mortalidade global e cardiovascular.

Área

Pesquisa Clínica

Autores

Daniela de Souza Bernardes, Luis Eduardo Rohde, Omar Pereira de Almeida Neto, Vânia Naomi Hirakata, Leticia López Pedraza, Marina Scherer Santos, Janaina Dos Santos Prates, Felix Ramires, Pedro GABRIEL MELO de Barros e Silva, Alexandre B. Cavalcanti, Eneida Rejane Rabelo da Silva