Dados do Trabalho
Título
O TIPO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA IMPACTA NA FUNCIONALIDADE E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES CLINICAMENTE ESTÁVEIS?
Introdução e/ou Fundamento
Pacientes com insuficiência cardíaca (IC) apresentam redução da capacidade funcional e da qualidade de vida. O questionamento atual é se o tipo de IC classificado pela fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) em preservado, intermediário ou reduzido, leva a diferentes desfechos na funcionalidade.
Objetivo
Verificar se existe relação entre o tipo de IC com a capacidade funcional e qualidade de vida em pacientes clinicamente estáveis.
Materiais e Métodos
Estudo transversal, descritivo e analítico, com abordagem quantitativa com pacientes portadores de IC no período de maio de 2021 a novembro de 2023. Foram incluídos paciente portadores de IC independente do tipo, com idade superior a 18 anos, sendo excluídos pacientes com sequelas motoras. Foi aplicado um questionário de avaliação inicial contendo informações gerais, classificação funcional da New York Heart Association (NYHA) e o valor da FEVE foi coletado do último ecocardiograma do paciente. Logo após foi aplicado o questionário Duke Activity Status Index (DASI), realizado o Teste de caminhada de 6 minutos (TC6) e avaliado a qualidade de vida pelo Minnesota Living With Heart Failure (MLWHF). Análise estatística realizada pelo Software SPSS versão 23, sendo considerado como estatisticamente significante quando p<0,05.
Resultados
Foram avaliados 197 indivíduos, sendo a maioria do sexo feminino (n=103, 52,3%), com média de idade, peso e altura de respectivamente 59,4±14,4 anos, 72±15kg e 1,58±0,14m. Desses 89 (45,2%) possuíam FEVE>=50% (FEVE preservado), 43 (21,8%) com FEVE entre 41 e 49% (FEVE intermediário) e 65 (33%) com FEVE <=40% (FEVE reduzido). Foi observado diferença na idade entre o grupo FEVE intermediário com o reduzido (p=0,018) e entre o FEVE preservado com o reduzido (p=0,005). Não foi evidenciado diferença quanto ao sexo, peso e altura (p>0,05). Quanto a NYHA também não foi evidenciada diferença entre os grupos (p=0,252), sendo que a maioria, no grupo FEVE preservado foi NHYA I (n=31), no grupo intermediário NHYA I e II foram iguais (n=16 em cada classe) e FEVE reduzida foi a NHYA II (n=28). Também não foi evidenciado diferença na distância percorrida no TC6 (372±120 metros na FEVE preservado, 349±119 metros na FEVE intermediária 41-50% e 361±103 metros na FEVE reduzida), nem no DASI (preservado 25±15 pontos, intermediário 25±13 pontos e reduzido 31±15 pontos) e nem na MLWHF (31±25 pontos no preservado, 39±26 pontos intermediário e 32±23 pontos no reduzido).
Conclusões
A capacidade funcional e a qualidade de vida não parecem ser influenciadas pelo tipo de IC. Pessoas mais jovens apresentavam valores de FEVE mais reduzidos.
Área
Pesquisa Multidisciplinar
Autores
Carolina Inês Nascimento Braga, CAROLINA AZEVEDO DA GRAÇA LIRA, CELIANE NOGUEIRA MORAIS DE SOUSA, GABRIELA FLORIANO DA SILVA TAVARES, JULIA MARIA SALES BEDÊ, MARIA LUÍZA CARDOSO DE OLIVEIRA, PEDRO LUCAS DE LIMA FREITAS, THAÍS ELIAS MOURA, WANESSA SOUSA MENEZES, DANIELA GARDANO BUCHARLES MONTALVERNE