Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

DA GESTAÇÃO AO DISPOSITIVO DE ASSISTÊNCIA VENTRICULAR DE LONGA PERMANÊNCIA: RELATO DE CASO

Introdução e/ou Fundamento

A cardiomiopatia dilatada (CMD) é conhecida como uma doença que envolve um intenso processo de remodelação ventricular (1). Quando associada a gestação, período marcado por alterações fisiológicas que levam a deterioração da condição materna resultando em elevado risco de trabalho de parto prematuro,  arritmias e aumento do risco de morte materno-fetal (2,3).

Descrição do Caso

Gestante (G1A0) de  31 anos, branca, história familiar de CMD por alteração na titina,  assintomática até início da gestação, fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) 35%, portadora de cardiodesfibrilador implantável para prevenção primária, diabetes gestacional e previamente obesa. Encaminhada ambulatorialmente com idade gestacional (IG) 29+3 para observação por hipocalemia (K 3 mEq/mL) e vômitos, após quatro dias  foi encaminhada a unidade de Unidade de Cuidados Coronarianos (UCC) por sinais de descompensação da insuficiência cardíaca (IC), com piora da FEVE (19%). Otimizado tratamento clínico e  programado parto cesariana para IG 32 semanas. Após três dias na UCC, com IG 30+2, a paciente evoluiu com piora do lactato (8,1 mmol/L), seguido de choque cardiogênico e necessidade de cesariana de urgência. Após cesariana paciente evoluiu com melhora dos parâmetros hemodinâmicos, extubação precoce, redução das drogas vasoativas e devido a necessidade do uso de medicações que interferem na amamentação, optou-se em conjunto com a paciente pela inibição da lactação com o auxílio medicamentoso. O neonato foi entubado e encaminhado a unidade de terapia intensiva da neonatologia para seguimento dos cuidados. Duas semanas após o parto, a paciente teve alta hospitalar e seguiu em acompanhamento ambulatorial. Entretanto, uma semana após a alta, a paciente apresentou piora do quadro clínico e  reinternou em perfil clínico-hemodinâmico C, em uso de inotrópicos endovenosos e aguardando implante de dispositivo de assistência ventricular de longa permanência como ponte para transplante devido às condições climáticas do estado na ocasião.

Discussão e/ou Conclusão

Na literatura há poucos estudos sobre gestação em mulheres com CMH, assim, estudos de caso subsidiam a assistência de maior complexidade. Cabe a equipe  multidisciplinar dar assistência ao paciente em sua totalidade, levando em conta suas fragilidades, sejam elas de caráter físico ou emocional.  

Área

Relatos de Casos

Autores

Cláudia Severgnini Eugênio, Melissa Schiwe, Melina Maria Trojahn, Fernanda Lourega Chieza, Emily Justiniano, Brenda Gonçalves Donay, Laura Mariana Mercali, Simoni Chiarelli Pokorski