Dados do Trabalho
Título
Avaliação do perfil sociodemográfico e clínico de pacientes internados com insuficiência cardíaca descompensada: análise preliminar
Introdução e/ou Fundamento
A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa, resultante da anormalidade funcional ou estrutural do coração, podendo levar a alterações de ejeção e enchimento ventricular. A IC está relacionada a reinternações, bem como à morbimortalidade.
Objetivo
Verificar o perfil sociodemográfico e clínico de pacientes internados com IC descompensada, quando incluídos em uma intervenção educativa em saúde.
Materiais e Métodos
Estudo transversal, aninhado a um ensaio clínico randomizado (ECR) não cego. Critérios de inclusão: pacientes adultos (≥18 anos), internados por IC descompensada de qualquer etiologia em um Hospital Universitário de Porto Alegre; estar em unidade de enfermaria clínica – após início da compensação do quadro; paciente e/ou familiar alfabetizado; acesso a telefonia. Critérios de exclusão: pacientes com deficiência visual e/ou auditiva; comorbidades graves com expectativa de vida <1 ano; pacientes em fila de espera para transplante cardíaco; limitações cognitivas e sem familiar apto a receber e compreender a intervenção educativa. A amostra é composta por 70 pacientes, incluídos em uma intervenção educativa em saúde, no período de outubro/2021 a fevereiro/2024. As variáveis estudadas foram características sociodemográficas e clínicas. Para a análise dos dados, as variáveis foram descritas por medidas de tendência central (média ou mediana) e de dispersão, conforme a normalidade ou assimetria. O projeto tem aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da PUCRS.
Resultados
Foram incluídos 70 pacientes no ECR até o momento, com idade média de 64,0 ± 13,24 anos, a maioria do sexo masculino (57,1%), autodeclarados brancos (78,5%), com mediana de FEVE de 29,5% (mínimo de 11 – máximo de 79), 81,4% com perfil clínico-hemodinâmico quente-úmido; 77,1% foram classificados com classe funcional da NYHA III e IV, 34,3% apresentavam ausculta com crepitantes, 37,0% edema de membros inferiores e 42,3% tiveram internação nos últimos 6 meses. A hipertensão arterial (68,6%) e diabetes mellitus (51,4%) foram as comorbidades mais frequentes.
Conclusões
Tendo em vista a complexidade clínica destes pacientes, com diversas limitações devido aos sinais e sintomas, faz-se necessário conhecer o perfil através dos dados sociodemográficos, hábitos de vida, conhecimento sobre o diagnóstico e o que ele representa, relação do paciente com as atividades cotidianas, as dúvidas, os medicamentos utilizados e, com estas informações, traçar um plano de cuidados adequado e individualizado para este público. Sendo assim, a ampliação do tamanho amostral se faz necessária para possíveis análises de fatores associados.
Área
Pesquisa Clínica
Autores
Brenda Gonçalves Donay Alves, Thays da Silva Rodrigues, Ellen Hettwer Magedanz, Andreia da Silva Gustavo, Luiz Carlos Bodanese