Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

PERFIL FUNCIONAL E FUNÇÃO AUTONÔMICA DE PACIENTES SUBMETIDOS À QUIMIOTERAPIA EM RISCO DE CARDIOTOXICIDADE – RESULTADOS PRELIMINARES

Introdução e/ou Fundamento

As terapias antineoplásicas apresentam respostas promissoras no tratamento do câncer. Todavia os efeitos colaterais podem prejudicar reserva fisiológica funcional destes pacientes devido ao risco alterações cardiovasculares durante o tratamento. Pouco se sabe a respeito do perfil autonômico destes indivíduos.  

Objetivo

Descrever previamente o perfil de função autonômica de pacientes submetidos à quimioterapia em risco de cardiotoxicidade e sua fragilidade funcional.  

Materiais e Métodos

Pacientes de um hospital oncológico de referência (RJ, Brasil), com diagnóstico de linfoma e deliberados para tratamento quimioterápico com doxorrubicina. Foram avaliados antes de iniciar tratamento. O protocolo transversal constituiu de avaliação funcional com: medida da força muscular respiratória (FMR), espirometria, força de preensão manual (FPM), teste de degrau de 6 minutos (TD6M), variabilidade da frequência cardíaca (VFC) no domínio do tempo (SDNN; RMSSD), além do questionário Duke activity status index (DASI) e ecocardiograma. A estatística aplicada empregou os testes t -student, e correlação de Pearson, valor de p < 0,05.  

Resultados

Foram avaliados 09 pacientes (5 homens), 40±18 anos, IMC 29±3, FC basal 92.9±14bpm, PA 132.1±11.2mmHg, FEVE 68±2.8%, VO2 estimado 14.1±1.9L/min. Os valores da avaliação funcional se revelam abaixo dos preditos para FPM, a dinamometria (27.2±11.7 vs. predito 44.8±14) com FPM de 60.8±14.9%. Na avaliação de FMR, apesar da PEmax estar abaixo do predito (84.4±23.7, predito 91.1±10.9), não caracteriza déficit de força expiratória, e a PImax estava preservada (medido -103.3±50.2, predito -90.7±8.8). Houve resposta restritiva na espirometria, com valores reduzidos para VEF1 (2.5±0.8, predito 3.5±1.1) e CVF (2.9±1.2, predito 3.7±1.7) com p<0.05, sem alterar o índice de TIffeneau. Em relação ao padrão autonômico, o SDNN foi 58,3% do valor predito ajustado pela idade (21,3 ± 8,5 vs 36,5±11,2ms), e o RMSSD, 45% do predito (17,2 ± 8,2 vs 37,5±11,5ms). Houve correlação entre a FPM e o número de degraus (r=0.759; p 0. 018); FPM e DASI (r=0.868; p 0.002); DASI e número de degraus (r= 0.733 p 0.025).  

Conclusões

Os resultados preliminares apontam fragilidade funcional dos pacientes de linfoma no pré-tratamento, caracterizada pelo déficit de força muscular periférica, restrição pulmonar, taquicardia de repouso e VO2 estimado baixo. O perfil autonômico mostra reduzida VFC, com maior atividade simpática e menor modulação vagal.  A FPM parece ser boa preditora de aptidão física e o DASI demonstrou se um bom preditor indireto de aptidão física.

Área

Pesquisa Clínica

Autores

Felipe Cardozo Modesto, Sergio Luiz Soares Marcos da Cunha Chermont, Fabiano de Lima Freire, Flavia Candolo Pupo Barbosa, Christiane Rodrigues Alves, Wolney de Andrade Martins, Monica Maria Pena Quintão