Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA MORTALIDADE POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NA CIDADE DO RECIFE DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19

Introdução e/ou Fundamento

O contexto da pandemia da Covid-19 diminuiu o acesso a consultas, exames e cirurgias, inclusive os relacionados aos problemas cardíacos, o qual contribuiu para piores prognósticos e para uma maior letalidade entre os indivíduos que apresentavam Insuficiência Cardíaca (IC), além de um aumento na incidência de casos.

Objetivo

Descrever o perfil epidemiológico dos óbitos por IC na cidade do Recife durante a pandemia da Covid-19.

Materiais e Métodos

Trata-se de um estudo ecológico de série temporal com coleta de dados no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) vinculado ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A variável foi óbitos na capital de Pernambuco devido a IC por sexo, etnia, faixa etária e escolaridade. O período foi de 2019, ano do primeiro caso de Covid-19 confirmado no Brasil, a 2022, ano que antecedeu o fim da emergência de saúde pública decretado pela Organização Mundial de Saúde, resultando em 4 anos. Para fins comparativos, o período pré-pandemia foi de 2015 a 2018, resultando também em 4 anos.

Resultados

Observou-se que durante o período de estudo ocorreram 57.270 óbitos por IC na cidade do Recife-PE, sendo 2021 o ano com maior quantidade, resultando em 16.886 casos (29,4%) e 2019 o de menor expressão, com 11.566 (20,1%). Com relação ao sexo, 28.838 (50,3%) eram homens, 28.420 (49,6%) eram mulheres e 12 (0,02%) não tiveram o sexo definido. Dentre os óbitos, 28.752 (50,2%) ocorreram em pessoas pardas, 23.458 (40,9%) em brancos, 4.352 (7,5%) em pretos, 83 (0,1%) em amarelos, 32 (0,05%) em indígenas e 593 (1%) não tiveram a etnia definida. A faixa etária que abrigou os maiores números de óbitos foi 80 anos ou mais, com 17.493 casos de óbitos (30,5%) e a de menor quantidade foi dos 5-9 anos com 75 casos (0,1%). Em relação à escolaridade, 24.559 (42,8%) tinham de 1-7 anos de estudo, 20403 (35,6%) tinham 8 anos ou mais e 6.808 (11,8%) não tinham nenhum grau de escolaridade.

Conclusões

Constata-se uma maior prevalência de mortes por IC em homens e, em relação à cor, um maior número de óbitos em pessoas pardas. Quanto à idade, observou-se que a grande maioria tinha 80 anos ou mais. Já em relação à escolaridade, a maior parte tinha entre 1 e 7 anos de estudo. Ademais, 2021, um ano de pico da pandemia, foi o de maior quantidade de óbitos, enquanto 2019, um ano inicial, foi o que apresentou menor quantidade de mortes por IC. O presente estudo apresenta limitações, como a subnotificação.

Área

Pesquisa Básica

Autores

CLEO SOUSA MARTINS, JADE SOUZA MARTINS, PEDRO HENRIQUE DE ARAUJO