Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Linfoma primário cardíaco obstrutivo do ventrículo direito: relato de caso com sucesso de tratamento.

Introdução e/ou Fundamento

Tumores cardíacos primários são incomuns e na maioria benignos. Dentre os tipos malignos, linfomas são raros, agressivos e mais frequentes em imunocomprometidos. A apresentação clínica costuma ser tardia e pouco específica, dependente da extensão da doença. A sobrevida média é < 1 ano após o diagnóstico, e a quimioterapia parece oferecer o melhor benefício.

Descrição do Caso

  Feminina, 65 anos, branca, hígida foi transferida a hospital terciário por intolerância aos esforços, dor torácica e perda ponderal há seis meses. Na admissão apresentava boa perfusão, murmúrios vesiculares reduzidos globalmente e hipoxemia marcada (máscara com reservatório O2 15 L/min para satO2 >90%) (acho importante descrever algo sobre a estabilidade hemodinâmica). O RX de tórax não mostrou anormalidade pleuropulmonar ou cardíaca, e o eletrocardiograma revelou baixa voltagem. Ecocardiograma transtorácico demonstrou ventrículo direito dilatado com massa irregular 70 x 50 mm infiltrando parede livre, heterogênea, com obstrução diastólica ao fluxo trans tricúspide e pequeno derrame pericárdico anterior (Figuras 1A e 1B). Exames laboratoriais demonstraram troponinas seriadas negativas, linfopenia (0,6 × 109/L) e elevação de desidrogenase láctica (348 UI/L); sorologias para HIV, hepatite B, hepatite C, HTLV I/II e Epstein-Barr negativos. Realizada biópsia transvenosa de lesão cardíaca compatível com linfoma não hodgkin difuso de grandes células B; tomografias de tórax e abdome não demonstraram sinais de doença à distância. Foi iniciado tratamento com Rituximabe + Ciclofosfamida + Doxorrubicina + Vincristina + Prednisona que resultou em redução expressiva da lesão (Figura 1C). A paciente completou 6 sessões do protocolo proposto, com resposta completa ao tratamento sem sinais de recidiva após 16 meses.  

Discussão e/ou Conclusão

Linfomas primários cardíacos são raros e agressivos, e o diagnóstico pode ser desafiador devido aos sintomas inespecíficos e ao acesso para biópsia. Tratamento apropriado instituído com brevidade pode resultar em bons desfechos a longo prazo.  

Área

Relatos de Casos

Autores

Laura Hastenteufel, Tássia Callai, Dayenne Helena Catelli, Géris Mazzutti