Dados do Trabalho
Título
Ruptura de Parede Livre do Ventrículo Esquerdo: Relato de Caso
Introdução e/ou Fundamento
A Ruptura de Parede Livre do Ventrículo esquerdo (RPLVE) geralmente se correlaciona com complicações da evolução do infarto agudo do miocárdio. Associam-se ao insucesso da estratégia de reperfusão, levando de 1 a 4 % dos pacientes com infarto do miocárdio ao óbito. São preditores de ruptura: elevação do ST e onda Q no eletrocardiograma, localização na parede anterior, CKMB maior que 1500 UI/L, sexo feminino, idade maior que 70 anos, infarto transmural e ausência de síndrome anginosa pregressa. O ecocardiograma (ECO) é fundamental na avaliação desses doentes, para confirmação diagnóstica. Paciente, sexo masculino, 72 anos, deu entrada na emergência desse serviço com quadro de piora de dispneia há alguns dias, com piora mais intensa nas últimas 24 horas. Portador de miocardiopatia dilatada, chega com ECO de sua cidade, do dia anterior, evidenciando sinais de derrame pericárdico importante, hipocontratilidade difusa do ventrículo esquerdo, fração de ejeção de 40 % e suspeita de RPLVE. Ao exame físico, apresentava ritmo cardíaco regular em 2 tempos, bulhas hipofonéticas, sem sopros, frequência cardíaca de 80 bpm e pressão arterial de 120 por 80 mmhg, ausculta pulmonar com murmúrio vesicular presente em ambos hemitóraces, diminuído nas bases e com estertores crepitantes bilateralmente, frequência respiratória de 28 irpm e saturação de oxigênio de 99 % com máscara de Venturi a 50 %. Realizado novo ECO na urgência, que confirmou a presença de RPLVE. Realizado cateterismo, que mostrou tronco longo sem lesões, descendente anterior com lesão severa proximal, grande ramo diagonal com lesão severa na origem, circunflexa com lesão severa em terço médio e ocluída distal, coronária direita dominante, com lesão moderada em terço médio. Paciente foi enviado a unidade de terapia intensiva, onde ficou até preparo do bloco cirúrgico para procedimento. Evoluiu com sintomas e sinais de baixo débito cardíaco e choque cardiogênico, apresentando parada cardíaca em assistolia, sendo realizadas manobras de ressuscitação cardíaca, sem sucesso, vindo o paciente a óbito.
Descrição do Caso
A RPLVE é uma complicação rara, grave e potencialmente fatal do infarto do miocárdio. O ECO é o método de eleição diante da suspeita de RPLVE. O tratamento dessa entidade é essencialmente cirúrgico, com reconstrução primária após ressecção do segmento necrótico. Sempre que possível, deve-se realizar o cateterismo, a fim de realizar a revascularização no mesmo ato cirúrgico.
Discussão e/ou Conclusão
A RPLVE é uma complicação rara, grave e potencialmente fatal do infarto do miocárdio. O ECO é o método de eleição diante da suspeita de RPLVE. O tratamento dessa entidade é essencialmente cirúrgico, com reconstrução primária após ressecção do segmento necrótico.
Área
Relatos de Casos
Autores
Matheus Toscano Paffer, Jaquellinne Millenna Silva Liberal, Pedro Toscano Paffer, Priscilla Barbosa Araújo, Silvio Hock Paffer FIlho