Dados do Trabalho
Título
Impacto da terapia otimizada na evolução de pacientes com Insuficiência Cardíaca - realidade de um ambulatório de Insuficiência Cardíaca avançada do SUS
Resumo
Introdução: A Insuficiência Cardíaca (IC) tem sido apontada como um importante problema de saúde pública e considerada como uma nova epidemia com elevada mortalidade e morbidade, a despeito dos avanços da terapêutica atual. Os dados sobre a morbidade e consequentes custos associados com IC são incontestáveis em todo o mundo. No Brasil, são escassos os estudos que avaliam de forma compreensiva e prospectiva as características demográficas, clínicas e prognósticas de pacientes com IC. A terapia médica otimizada é crucial no manejo da IC, trazendo benefícios significativos que abrangem desde a melhoria dos sintomas até a redução da mortalidade e hospitalizações. No contexto da saúde pública, a implementação de estratégias baseadas em diretrizes de tratamento para a IC é fundamental para otimizar os desfechos clínicos e melhorar a eficiência dos sistemas de saúde. Apesar dos avanços nas últimas décadas no entendimento e tratamento da IC, a morbidade e a mortalidade associadas a essa condição continuam elevadas, destacando a necessidade de pesquisas adicionais que possam contribuir para a otimização das estratégias terapêuticas e para a melhoria dos desfechos clínicos. Metodologia: Estudo observacional retrospectivo, não randomizado, que incluiu pacientes adultos acompanhados por 6 meses no ambulatório de Insuficiência Cardíaca Avançada, no período de Maio de 2022 a Maio de 2023. Os critérios de inclusão abrangem pacientes diagnosticados com IC com fração de ejeção menor que 30%. Foi realizada revisão de prontuários médicos eletrônicos para coletar informações demográficas, clínicas, laboratoriais e de tratamento dos pacientes incluídos no estudo. Este estudo foi submetido e aprovado pelo comitê de ética. Resultados: Foram incluídos 150 pacientes com IC, sendo acompanhados e reavaliados após 6 meses. Inicialmente observou-se que 90% dos pacientes estavam em uso de medicamento inibidor do sistema renina angiotensina-aldosterona (27,7% estavam usando IECA, 36,5% dos pacientes utilizavam BRA e 25,9% estavam em uso de INRA). Significativamente, 96% dos pacientes estavam em terapia com betabloqueadores, sendo 47,6% na dose ideal. O uso de Espironolactona (ARN) estava em 73,8%, com 100% dos pacientes na dose ideal. Destaca-se que 26,2% dos pacientes usavam ISGLT2, com 97,4% na dose ideal. Após 6 meses, 95% dos pacientes estavam em uso de medicamento inibidor do sistema renina angiotensina-aldosterona (15,8% com IECA, 24,6% com BRA e 54,5% com INRA). Vale ressaltar que 99,3% com betabloqueadores (59% na dose ideal), 92,5% com Espironolactona (100% na dose ideal) e 59% com ISGLT2 (100% na dose ideal). A taxa de mortalidade foi de 2% (n=3). Em relação à hospitalização, 90,2% dos pacientes não necessitaram de internamento nesses 6 meses de acompanhamento. Conclusão: Este estudo destacou a importância da terapia médica otimizada no manejo da ICFE reduzida, dentro do contexto do Sistema Único de Saúde. Os resultados obtidos enfatizam que, mesmo diante dos desafios inerentes ao sistema de saúde público, a aplicação rigorosa de estratégica das diretrizes de tratamento para IC pode resultar em melhorias significativas nos desfechos clínicos dos pacientes.
Palavras Chave
Insuficiência Cardíaca; fração de ejeção reduzida; Adesão ao tratamento
Área
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA / CARDIOMIOPATIA/ TRANSPLANTE
Categoria
Jovem Pesquisador
Autores
GABRIELLA ASSINK DE CASTRO, ANA KARYN E DE FREITAS