1º Encontro de Departamentos da Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Infecção de Sítio Cirúrgico em Cirurgia Cardíaca com Esternotomia: Um Estudo Longitudinal Retrospectivo

Resumo

Introdução: As doenças cardiovasculares, representam a principal causa de morte no mundo. A cirurgia cardíaca, sujeita a diferentes níveis de risco de Infecção , demanda cuidados no pré e intraoperatório, pois as infecções estão associadas a prolongamento da recuperação e aumento da mortalidade pós-cirúrgica. Objetivo: Analisar a ocorrência de infecção de sítio cirúrgico nos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca entre 2021 e 2022. Metodologia: Estudo descritivo observacional, de corte transversal, com dados secundários obtidos através do prontuário eletrônico do serviço de Controle de Infecção Hospitalar dos pacientes submetidos a cirurgias cardíacas com Esternotomia, que desenvolveram infecção de sítio cirúrgico em um Hospital Universitário. Resultados: Durante o estudo, ocorreram 188 procedimentos. A maioria em pacientes do sexo masculino (51,06%), ASA III (61,70%) e submetida a revascularização do miocárdio (57,98%). Cerca de 74,47% receberam antibióticos profiláticos, e 53,72% realizaram banho pré-operatório. A maioria não teve complicações intraoperatórias (86,17%), mas 50,53% receberam hemoderivados. Hipertensão arterial sistêmica (61,70%) e diabetes mellitus (35,11%) foram as comorbidades mais comuns. Mais de 51,06% ficaram menos de 48 horas em ventilação mecânica pós-operatória. A incidência de infecção de sítio cirúrgico foi de 17,55%, sendo a mais prevalente a superficial (6,38%), seguida de órgão e cavidade (5,85%). Hipertensão arterial sistêmica e tempo de ventilação mecânica foram significativos (p ≤ 0,05) em relação à infecção de sítio cirúrgico. O aumento de uma unidade no número de comorbidades aumentou 1,7 vezes as chances de infecção (IC: 1.08-2,62, p: 0,01), enquanto pacientes com hipertensão arterial sistêmica tiveram 4,3 vezes mais risco de desenvolver infecção (IC: 1,24-15,19, p: 0,02). Os resultados destacam a hipertensão arterial sistêmica isoladamente como um importante fator de risco para infecções pós-operatórias em cirurgias cardíacas, assim como outros fatores de risco. Conclusão: Destaca-se neste estudo, a prevalência de pacientes do sexo masculino, perfil ASA III e cirurgia de revascularização do miocárdio. Fatores associados à infecção do sítio cirúrgico, especialmente a hipertensão arterial sistêmica e o aumento de comorbidades, foram identificados como significativos. A necessidade de estratégias preventivas direcionadas a esses grupos é destacada, visando melhorar os desfechos clínicos pós-operatórios na cirurgia cardíaca.

Palavras Chave

Cirurgia cardíaca; Controle de infecções; Infecção da ferida cirúrgica

Área

ENFERMAGEM

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

BRUNA MORAES BARBIERI, VICTORIA FELICIO DA SILVA, JULIA ALCANTARA CORREA DO NASCIMENTO, OTAVIO NEVES SILVA, BRUNO HENRIQUE FIORIN