1º Encontro de Departamentos da Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

A UTILIZAÇÃO DE ECMO NA DISFUNÇÃO PRIMÁRIA DE ENXERTO PÓS TRANSPLANTE CARDÍACO

Resumo

INTRODUÇÃO: A disfunção primária de enxerto (DPE) é a principal causa de mortalidade pós-transplante cardíaco, ocorrendo em até 30% dos transplantados. O uso de oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) é a principal conduta para tratamento do problema. Apesar da alta prevalência, há escassez quanto aos fatores preditores e desfechos clínicos em pacientes com DPE submetidos ao uso de ECMO. OBJETIVO: Correlacionar os fatores preditivos à mortalidade hospitalar, as consequências da DPE e a eficiência do uso de ECMO. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura com metanálise, realizada de acordo com o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). Os descritores “Primary Graft Dysfunction”, “Heart Transplantation” e “ECMO” foram adotados juntamente ao operador booleano “AND” para a busca, realizada a partir da base de dados PubMed/MEDLINE, até 09 de janeiro de 2024. Os trabalhos foram selecionados de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, nível de evidência, o tipo de estudo (revisões sistemáticas, ensaios clínicos e estudos caso-controle), e o idioma (inglês). RESULTADOS: A partir da metodologia, foram incluídos 7 estudos, totalizando 4323 pacientes de 5 países. A DPE esteve presente em 725 (16,77%) pacientes. A idade média ajustada foi de 51 anos (DP ± 14,7) e o sexo masculino foi prevalente (65,79%, p<0,001). Ao todo, 671 indivíduos sobreviveram em uso de ECMO, representando 92,5% dos acometidos por DPE. O explante da ECMO esteve associado à sobrevivência, chegando ao resultado de 4,44 vezes mais chance de sobrevivência em pacientes que conseguiram completar o desmame do dispositivo (OR= 4,44 IC 95% 3,97 - 4,91, p<0,0001). Um dos estudos, com total de 1691 pacientes, abordou também o tipo de canulação da ECMO, indicando que a canulação periférica está associada à redução do risco de  sangramento (p = 0,02), da necessidade de hemofiltração venovenosa contínua (p = 0,03) e de transfusão de unidades de hemácias e de plaquetas (p < 0,00001). Outro estudo abordado apontou que, após 3 anos, as taxas de mortalidade dos pacientes de ECMO e dos que não fizeram uso foram similares. CONCLUSÃO: O uso da ECMO em pacientes que apresentam DPE aparenta ser benéfico e seguro, desde que seu desmame seja garantido. A canulação periférica apresentou melhores resultados, devendo ser adotada como principal escolha. Ademais, fica evidente a necessidade de mais estudos para abordar a temática.

Palavras Chave

Disfunção Primária de Enxerto; ECMO Venovenosa; TRANSPLANTE CARDÍACO

Área

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA / CARDIOMIOPATIA/ TRANSPLANTE

Categoria

Iniciação Científica

Autores

LUIZ FERNANDO ARANTES DE SOUZA, ANTOINETTE OLIVEIRA BLACKMAN