Dados do Trabalho
Título
Via de acesso transradial distal como padrão para cineangiocoronariografias e intervenções coronarianas percutâneas: experiência de "mundo real" com 6.504 pacientes consecutivos do registro DISTRACTION.
Resumo
Racional: O acesso arterial transradial distal (dTRA) na fossa radial (tabaqueira anatômica) apresenta, em relação ao seu correspondente proximal (pTRA), vantagens como maior conforto a pacientes (pcts) e operador (sobretudo para o dTRA esquerdo), hemostasia mais rápida e substancial redução no risco de oclusão da artéria radial (AR) proximal. Objetivos: descrever a exequibilidade e a segurança do dTRA como via de escolha para cinecoronariografias (CINE) e/ou intervenções coronarianas percutâneas (ICP) rotineiras. Métodos: de fevereiro de 2019 a dezembro de 2023, 6.504 (all-comers) pcts consecutivos submetidos a CINE e/ou ICP via dTRA foram incluídos no DISTRACTION (DIStal TRAnsradial access as default for Coronary angiography and intervenTIONs), o primeiro registro brasileiro a avaliar o dTRA como via padrão para CINE e/ou ICP. Resultados: As tabelas (figura) expõem as características destes 6.504 pcts e dos procedimentos neles executados. A média de idade da amostra foi 63,6±14.9 anos, com maioria de gênero masculino (65,2%) e hipertensão arterial sistêmica (76,6%). Síndromes coronarianas agudas prevaleceram (53,1%), 35,5% tiveram síndromes coronarianas crônicas e 165 (2,5%) pcts se apresentaram ao cath lab em status de choque cardiogênico. A AR distal foi puncionada com êxito em todos os 6.504 pcts. Houve apenas 2% de access site crossovers, sendo, em sua maioria, para o dTRA contralateral ou para o pTRA ipsilateral. Logrou-se inserção bem-sucedida do sheath via dTRA em 97,1% dos pcts, mormente (84%) via dTRA direito, com sheaths 6Fr (97,6%) e hemostasia com o TR band® (98,4%). Repetição de dTRA ipsilateral (redo dTRA) se deu em 13,1% dos pcts; dTRA esquerdo foi usado em 6,2% e dTRA bilateral simultâneo, em 0,7% dos pcts. Em 60,1% dos pacientes, procedeu-se a ICP (eletivas, primárias, de resgate ou ad hoc), sendo a artéria descendente anterior o território-alvo mais prevalente (28,9%) e ICP de oclusões totais crônicas em 167 (2,6%) pcts. Não houve qualquer documentação de oclusão de AR (distal e proximal) à alta hospitalar. Caso isolado de pseudoaneurisma pós-dTRA direito foi resolvido com compressão prolongada, guiada por USG Doppler, com o TR band®. Não ocorreram eventos adversos cardíacos ou cerebrovasculares, bem como outras complicações maiores relacionadas à via de acesso. Conclusões: O uso rotineiro, por operadores experientes, do dTRA como padrão para CINE e/ou ICP em pacientes não selecionados (de "mundo real") parece ser exequível e seguro, configurando-se como refinamento da clássica via pTRA, no afã de se dirimirem as complicações vasculares e de se preservar a AR para seu futuro uso.
Palavras Chave
Distal transradial access; Coronary angiography; percutaneous coronary intervention.
Área
CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA
Categoria
Pesquisador
Autores
MARCOS DANILLO OLIVEIRA, EDNELSON CUNHA NAVARRO, PEDRO HENRIQUE ALMEIDA, FABIO SANTOS SILVIERA, ERIC MAXIMO SIQUEIRA, CINTIA GONÇALVES MEDEIROS LIMA , ADRIANO CAIXETA