41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Diferenças Étnicas na Sobrevivência Entre Medalhistas Olímpicos Brasileiros da Era Moderna de 1920 a 1992: Um estudo de coorte

Introdução e/ou Fundamento

As disparidades nos resultados de saúde entre grupos raciais justificam investigação, mesmo em atletas de elite. Portanto, entender o impacto da raça na sobrevivência pós-medalha em atletas olímpicos brasileiros torna-se essencial.

Objetivo

Comparar a sobrevivência pós-medalha entre medalhistas olímpicos brasileiros brancos e não brancos de 1920 a 1992.

Materiais e Métodos

Utilizamos dados publicamente disponíveis para um estudo de coorte retrospectivo em todos os medalhistas olímpicos brasileiros de 1920 a 1992 (apenas homens). Os atletas foram classificados em grupos brancos e não brancos usando determinação estruturada de etnia. Análises de Kaplan-Meier calcularam o tempo médio de sobrevivência restrito (RMST) para cada grupo étnico. Uma análise de riscos proporcionais de Cox avaliou diferenças de sobrevivência baseadas em etnia, ajustando para a idade de ganho da medalha e ano de nascimento (p<0.05).

Resultados

Resultados: Entre 123 atletas (73,9% brancos), a idade média de conquista da medalha foi de 25,03±4,8 anos. Durante o estudo, 18,7% dos atletas brancos e 37,5% dos não brancos morreram (p=0,031). Atletas brancos tiveram uma idade média de morte de 75,10±18,01 anos, enquanto atletas não brancos tiveram 67,13±14,90 anos (p=0,109). O RMST para atletas brancos foi de 51,59 (95% CI 49,79-53,39) anos e para não brancos foi de 45,026 (95% CI 41,31-48,74) anos, resultando em um ΔRMST de 6,56 (95% CI 2,43-10,70; p=0,0018). A análise multivariada mostrou que atletas não brancos tiveram um risco de morte maior do que atletas brancos (HR 5,58; 95% CI, 2,18-14,31).

Conclusões

Após sua primeira medalha, os atletas olímpicos brasileiros brancos geralmente desfrutam de uma expectativa de vida seis anos mais longa do que seus pares não brancos, ilustrando uma marcada lacuna de mortalidade e disparidades de saúde entre indivíduos saudáveis no Brasil.

Palavras Chave

MEDICINA DO ESPORTE; MEDALHISTAS OLIMPICOS; SOBREVIDA; CARDIOLOGIA DO ESPORTE

Área

Ergometria, Reabilitação Cardíaca e Cardiologia Desportiva

Categoria

Médico Residente / Especializando

Instituições

Sports Cardiology Center; Department of Cardiovascular Medicine; Heart, Vascular and Thoracic Institute; Cleveland Clinic, Cleveland, OH - - United States, CLINICA SÃO VICENTE - Rio de Janeiro - Brasil, LABORATÓRIO DE PERFORMANCE HUMANA (LPH) - Rio de Janeiro - Brasil, UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

DIOGO THADEU MEIRA, FABRICIO BRAGA, PAULA MEDEIROS PACHE, ANA CAROLINA NENO, JOÃO MAGALHÃES, EMERY MICHAEL