Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇÃO DO DANO AO DNA E MECANISMOS DE REPARO EM PACIENTES SUBMETIDOS À CINTILOGRAFIA MIOCÁRDICA DE PERFUSÃO
Introdução e/ou Fundamento
A cintilografia miocárdica de perfusão (CMP) tem reconhecida importância na avaliação diagnóstica e prognóstica da doença arterial coronariana (DAC), mas a exposição dos pacientes à radiação ionizante é frequentemente questionada, pela possibilidade de efeitos genotóxicos.
Objetivo
Avaliar o dano ao DNA e mecanismos de reparo após exposição à radiação ionizante proveniente da CMP.
Materiais e Métodos
Pacientes submetidos à CMP foram avaliados através do ensaio cometa, um método de detecção de dano ao DNA em leucócitos circulantes (Figura: 0=sem dano, 1 e 2=dano leve/moderado, 3=grande dano). Foi coletado sangue periférico antes e depois da administração de Tc-99m sestamibi em repouso. As imagens das células foram analisadas no software CASP 1.2.3 beta 2 (Comet Assay Software Project Lab). Três parâmetros avaliados pelo CASP foram utilizados para a mensuração do dano genotóxico: porcentagem de DNA na cauda, comprimento da cauda e momento da cauda. O momento da cauda representa a medida do menor tamanho detectável do DNA migratório (refletido no comprimento da cauda do cometa) e do número de fragmentos. Para estudar o reparo do DNA, PCR quantitativa em tempo real foi realizada para avaliar a expressão de 5 genes relacionados à sinalização em resposta ao dano ao DNA: ATM, ATR, BRCA1, CDKN1A e XPC. Para análise estatística, foi usado o teste de Mann-Whitney para comparação de medianas, com p<0,05 considerado significativo.
Resultados
32 pacientes (47% homens) foram avaliados. A dose média de Tc-99m sestamibi foi de 15,1 mCi. Após exposição à radiação, houve um aumento de 10,7% da porcentagem de DNA na cauda (mediana pré-exposição 2,185, pós-exposição 2,418, p<0,0065). O comprimento da cauda aumentou 6,7% (15,0 pré, 16,0 pós, p<0,0034). O momento da cauda aumentou 27,5% (0,3177 pré, 0,4050 pós, p<0,0001). A expressão de genes de dano e reparo de DNA revelou aumento da expressão do gene BRCA1 (p= 0,0049), sem diferença quanto aos outros genes estudados.
Conclusões
Nesta amostra, dano ao DNA foi detectado após injeção da radiotraçador para CMP, mas com ativação de apenas 1 gene de reparo, dentre os estudados. Os dados podem indicar que o dano ao DNA seja pequeno e possivelmente pouco significativo do ponto de vista biológico, mas estudos maiores ainda são necessários.
Palavras Chave
cintilografia miocárdica; genotoxicidade; DNA; radiação ionizante
Área
Imagem Molecular e Medicina Nuclear em Cardiologia
Categoria
Pesquisador
Instituições
Instituto Nacional de Cardiologia - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade Estadual do Norte Fluminense - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Andrea De Lorenzo, Maria Clara Fernandes, Francisco Romeiro, Adriana Brito, Anna Paula Arpini, Rafael De Lorenzo, Glauber Dias