Dados do Trabalho
Título
Endocardite em paciente portador de prótese aórtica por implante percutâneo (TAVI): um desafio diagnóstico e terapêutico
Introdução e/ou Fundamento
A endocardite infecciosa (EI) na população geral é uma doença com baixa prevalência,porém quando associada às próteses valvares essa incidência aumenta consideravelmente,estima-se que ocorra em 10% a 30% dos casos de EI.Suas consequências podem ser graves,como destruição valvar,embolização sistêmica e complicações neurológicas.A incidência após a substituição cirúrgica é semelhante à substituição percutânea,havendo riscos específicos associados ao procedimento e ao dispositivo utilizado.
Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)
Paciente feminina,71 anos,múltiplas comorbidades,portadora de estenose aórtica grave sintomática.Evidenciado em exames complementares aorta em porcelana,e por ser um risco proibitivo para cirurgia aberta convencional,foi encaminhada para o ambulatório de TAVI,indicado procedimento,e o mesmo ocorreu sem intercorrências.Dez meses apos,procura a emergência com deficit motor súbito em membro superior esquerdo.Realizou tomografia computadorizada de cranio compatível com insulto isquêmico agudo.Diante dos achados aventado possibilidade de evento neurológico por embolização para sistema nervoso central secundário a EI.Coletadas hemoculturas e iniciada antibioticoterapia empírica pela hipótese diagnóstica de EI associada à prótese valvar.Realizou ecocardiograma transesofágico que demonstrou prótese normofuncionante e sem imagens sugestivas de vegetações ou abscessos.Hemoculturas identificaram Enterococcus faecalis em duas amostras.Optou-se pela realização de PET-CT,que não evidenciou captação em protese valvar.Apesar de exames não demonstrarem presença de vegetação em prótese valvar,paciente fechou critérios para EI(hemoculturas positvas para germe tipico, predisposição pela prótese, febre e evento vascular).Completou seis semanas de antibioticoterapia, sem sequelas neurológicas e com melhora clínico-laboratorial.
Discussão
Sabe-se que o período de maior incidência de EI é durante o primeiro ano após o procedimento cirúrgico,sendo semelhante,tanto na terapia convencional,quanto,na percutânea,isso ocorre,pois essa fase é o período de menor endotelização do material protético implantado. A EI de TAVI apresenta um prognóstico ruim, pois é sabido que alguns pacientes com EI acabam em nova cirurgia para substituição da prótese acometida, enquanto o grupo TAVI, já apresenta risco cirúrgico proibitivo a cirurgia aberta.Na literatura,os dados sobre “TAVI in TAVI” por EI ainda são escassos,de modo a ser necessário mais pesquisas,a fim de proporcionar um tratamento efetivo nos casos de destruição protética.
Palavras Chave
TAVI; PROTESE; endotélio
Área
Valvopatias
Categoria
Médico Residente / Especializando
Instituições
INSTITUTO NACIONAL DE CARDIOLOGIA ( INC) - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
JOCYLEY EMERICK PADILHA JUNIOR, ELLEN FERNANDA DAS NEVES BRAGA, CLARA WEKSLER, GUILHERME DALCOL TORRES DE AMORIM, BENY BINENSZTOK, LUCIANA COUTINHO BEZERRA