41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

PERDA SÚBITA DE CONSCIÊNCIA EM ADOLESCENTE COM PAUSA SINUSAL E BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR

Introdução e/ou Fundamento

A perda súbita de consciência em adolescente é uma queixa comum aos cardiologistas. O quadro costuma preocupar os pais e pode ter um impacto relevante na qualidade de vida do paciente. O diagnóstico etiológico é importante para guiar o tratamento correto e para evitar tratamentos invasivos desnecessários que agregam risco ao paciente

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Paciente do sexo masculino,15 anos, sem comorbidades, nascido de parto cesárea com 37 semanas de gestação. Irmã com diagnóstico de BAVT congênito. Encaminhado para investigação de perda súbita de consciência iniciada aos 5 anos, sempre precedidas de mal-estar e fraqueza. Sem abalos ou cianose. Relata como fatores desencadeantes a sudorese intensa, micção, evacuação e exercício físico. Paciente deixou de fazer exercícios físicos, de participar de brincadeiras e reduziu a ingesta hídrica por receio de sincope. Sem alterações ao exame físico.  ECG de admissão mostrava BAV Moritz 1. Holter de 24 horas, mostrou frequência cardíaca (FC) < 50bpm por 16h, uma pausa sinusal de 2,8s na vigília, assintomático. EEG e ECOTT dentro da normalidade. Encaminhado para avaliação de marca-passo. Realizou teste ergométrico, que apresentou episódios de pausa sinusal com escape juncional no repouso e no esforço até o 5° minuto, depois evoluiu com incremento fisiológico da FC e intervalo PR normal. Na recuperação, aumento progressivo do intervalo PR, bradicardia sinusal e pausa sinusal de 3,6s associada à hipotensão. O quadro foi associado à tonteira, mal-estar e síncope. No Tilt Test, aos 36 min de ortostase, apresentou tonteira, mal-estar e síncope, coincidindo com hipotensão (PAS 60 mmHg) e discreta redução de FC (para 59 bpm) - vasovagal mista. Iniciado tratamento não medicamentoso, com orientação para aumentar a ingesta hidrossalina, ensinadas manobras de contrapressão isométricas e conscientizado sobre a benignidade do caso. Sem necessidade de implante de marcapasso. Paciente evolui sem novos episódios de síncope há 5 meses, retornando às atividades habituais. 

Discussão

Paciente com síndrome vasovagal e estado vagotônico, o que explica as pausas sinusais e o BAV em repouso. Tratamento de escolha é não-farmacológico, que demonstra importante melhora sintomática quando há adesão. A vagotonia parece responder a medicações que aumentam o automatismo sinusal e a condução pelo nó atrioventricular. O implante de marcapasso está indicado em maiores de 40 anos, com mecanismo cardioinibitório, podendo não impedir totalmente as síncopes caso tenham mecanismo vasodepressor associado.

Palavras Chave

SINCOPE VASO-VAGAL; Testes Diagnósticos; Manifestações cardiovasculares

Área

Arritmias, Estimulação Cardíaca e Eletrofisiologia

Categoria

Médico Residente / Especializando

Instituições

Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Daniela Caputi, Carlos Filipe Pimenta, Sabrina Barbosa Pacheco, Rayla Senra de Paiva, Jose Xavier Lopez Rosas, Caio de Oliveira Figueiredo