Dados do Trabalho
Título
MARCADORES INFLAMATÓRIOS E LESÕES SUBCLÍNICAS EM HIPERTENSÃO ARTERIAL RESISTENTE
Introdução e/ou Fundamento
A hipertensão arterial resistente (HAR) definida pela pressão arterial (PA) não controlada apesar do uso de 3 ou mais anti-hipertensivos apresenta uma alta incidência de lesões de órgãos alvo subclínicos. Níveis pressóricos elevados e lesões subclínicas parecem estar fortemente associados a biomarcadores inflamatórios.
Objetivo
Avaliar a relação entre marcadores inflamatórios e lesões subclínicas em uma grande coorte de pacientes com HAR.
Materiais e Métodos
Estudo transversal que avaliou 423 hipertensos resistentes (30,5% do sexo masculino, idade média 64,0 10,8 anos) submetidos à avaliação da função renal (dosagem de albuminúria e avaliação da taxa de filtração glomerular calculada a partir da fórmula do CKD-EPI), à medida de velocidade de onda de pulso (VOP) e à dosagem dos marcadores inflamatórios: TNF-alfa, MCP-1, E-selectina e PAI-1. Foram registradas as características sociodemográficas, medidas antropométricas e fatores de risco cardiovasculares (CV). Consideramos DRC subclínica aqueles pacientes com albuminúria moderadamente elevada (30-300 mg/g) e/ou TFG entre 30 e 60 mL/min/1,73 m2 e DRC estabelecida aqueles que apresentavam albuminúria > 300 mg/g e/ou TFG < 30 mL/min/1,73 m2 . Por sua vez, a rigidez aórtica foi definida quando a VOP foi maior do que 10 m/s. A análise de variância comparou os níveis séricos dos 4 marcadores inflamatórios e a análise bivariada comparou pacientes com e sem DRC subclínica e rigidez aórtica aumentada.
Resultados
A prevalência de DRC estabelecida foi de 7,3% e de DRC subclínica foi de 47%. Pacientes com DRC subclínica eram mais idosos e com maior rigidez arterial medida pela VOP. Os valores de TNF-alfa (7,1 [4,4-8,6] vs 51, [3,2-7,5], p = 0,003) e de MCP-1 (284 [220-379] vs 260 [185-359], p = 0,03) foram mais elevados nesse grupo de pacientes. Por sua vez, a prevalência de rigidez aórtica aumentada foi de 17,9%. Pacientes com VOP aumentada eram mais idosos com maior prevalência de obesidade, diabetes, dislipidemia e doença arterial periférica. Os valores de TNF-alfa (7,6 [4,4-8,6] vs 6,2 [3,2-7,5], p = 0,03) foram significativamente mais elevados nesse grupo de pacientes. Os outros biomarcadores avaliados não mostraram associação com DRC subclínica e nem rigidez aórtica.
Conclusões
Entre os marcadores inflamatórios avaliados o TNF-alfa se correlacionou mais fortemente com as duas lesões subclínicas avaliadas, sendo que o MCP-1 também mostrou associação com a DRC subclínica.
Palavras Chave
hipertensão arterial resistente; Marcadores Inflamatórios; Lesões subclínicas;
Área
Hipertensão Arterial, MAPA e MPAR
Categoria
Iniciação Científica (Alunos de Graduação em Medicina)
Instituições
UFRJ - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Guilherme Campeche Santos, Elizabeth Silaid Muxfeldt, Arthur Fernandes Cortez, Karina da Silva Muniz Aquino Muniz, Romulo Machado de Oliveira, Taiane de Oliveira Lobo Rodrigues, Carlos Henrique Jardim Duarte, Lucas Molon Centurion