41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

DIABETES MELLITUS MUDA O PROGNÓSTICO EM TERAPIA INTENSIVA?

Introdução e/ou Fundamento

Estima-se que atualmente exista no mundo 540 milhões de pessoas vivendo com Diabetes Mellitus (DM). A doença relaciona-se ainda direta ou indiretamente com cerca de 4 milhões de óbitos anualmente. Estudos anteriores mostraram que pacientes portadores de DM apresentavam maior morbi-mortalidade em terapia intensiva quando comparados a pacientes não-hipertensos, nos casos internados em pós-operatório de cirurgia cardíaca. Porém, não se sabe se este fato ocorre também com outras causas de internação.

Objetivo

Avaliar possíveis diferenças epidemiológicas e de morbi-mortalidade entre pacientes portadores de DM e não-diabéticos internados no Centro de Terapia Intensiva (CTI) de um hospital universitário federal no município do Rio de Janeiro.

Materiais e Métodos

Estudo prospectivo, quantitativo, analítico, com pacientes consecutivamente internados em nosso CTI de março de 2022 a dezembro de 2023. Utilizou-se o Teste Exato de Fisher na comparação de variáveis categóricas e o Teste de Mann-Whitney para comparação de variáveis numéricas entre os grupos (G.I = diabéticos  e  G.II = não-diabéticos).

Resultados

Nossa amostra foi composta por 517 pacientes, sendo 146 diabéticos (28,2%). Houve distribuição semelhante nos grupos em relação ao sexo (mulheres = 56,9 x 49,3%). A idade foi significativamente maior no G.I (63,7±13,2 x 59,6±16,3 anos  p = 0,003). Em relação a comorbidades, observamos que dislipidemia (9,6 x 4,0%  p = 0,019), insuficiência cardíaca crônica (14,4 x 6,5%  p = 0,008), doença renal crônica (11,6 x 5,1%  p = 0,012) e hipertensão arterial sistêmica (79,5 x 45,3%  p = 0,00001) apresentaram diferença significativa entre os grupos. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos na ocorrência de sepse, insuficiência renal aguda, insuficiência respiratória aguda, pneumonia associada a ventilação mecânica, delirium, tempo de internação em UTI (7,4±9,6 x 9,0±15,6 dias  p = 0,168) e mortalidade (21,9 x 17,5%  p = 0,261), assim como no saps3 (50,2±17,1 x 52,6±18,1  p = 0,153).

Conclusões

Observamos somente diferenças epidemiológicas em relação a ocorrência de algumas comorbidades; dislipidemia, insuficiência cardíaca crônica e hipertensão arterial sistêmica apresentaram frequência maior entre os diabéticos. Não houve diferença relacionada a morbi-mortalidade entre os grupos.

Palavras Chave

Diabetes Mellitus; terapia intensiva

Área

Epidemiologia

Categoria

Pesquisador

Instituições

Hospital Universitário Gaffrée e Guinle - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Aureo Carmo Filho, Isadora Milagre Almeida, Enrique Marques Romero Saavedra, Lívia Menezes Salla, Iara Tiene de Lima Melo, João Victor Soutello Ferreira, Ingrid Caroline Rosa Diogo, Rogerio Gomes Fleyry