Dados do Trabalho
Título
OBESIDADE IMPLICA EM MAIOR MORBI-MORTALIDADE NO CTI?
Introdução e/ou Fundamento
Obesidade é um problema de saúde pública mundial. Estudos anteriores mostraram que obesos apresentavam maior morbi-mortalidade em terapia intensiva quando comparados a pacientes não-obesos; outros estudos não mostraram diferenças significativas.
Objetivo
Avaliar possíveis diferenças epidemiológicas e de morbi-mortalidade entre obesos e não-obesos internados no Centro de Terapia Intensiva (CTI) de um hospital universitário federal no município do Rio de Janeiro.
Materiais e Métodos
Estudo prospectivo, quantitativo, analítico, com pacientes consecutivamente internados em nosso CTI de março de 2022 a dezembro de 2023. Utilizou-se o Teste Exato de Fisher na comparação de variáveis categóricas e o Teste de Mann-Whitney para comparação de variáveis numéricas entre os grupos (G.I = obesos e G.II = não-obesos).
Resultados
Nossa amostra foi composta por 517 pacientes, sendo 32 obesos (6,2%). Houve distribuição semelhante nos grupos em relação ao sexo (mulheres = 68,8 x 50,3% p = 0,05). A idade foi semelhante entre os grupos (62,2±11,7 x 60,7±15,8 anos p = 0,485). Em relação a comorbidades, observamos que dislipidemia (18,8 x 4,7% p = 0,006), fibrilação atrial crônica (12,5 x 2,7% p = 0,016) e hipertensão arterial sistêmica (75 x 53,6% p = 0,026) mostravam diferença significativa entre os grupos. Obesos apresentaram maior incidência de pneumonia associada a ventilação mecânica (9,4 x 2,1% p = 0,04) e choque (15,6 x 5,6% p = 0,04). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos na ocorrência de sepse, insuficiência renal aguda, insuficiência respiratória aguda, delirium, tempo de internação em UTI (13,8±19,6 x 8,1±13,7 dias p = 0,114) e mortalidade (12,5 x 19,2% p = 0,484), assim como no saps3 (52,3±21,2 x 51,9±17,6 p = 0,919).
Conclusões
Observamos diferenças epidemiológicas em relação a frequência de dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica e fibrilação atrial crônica. Obesos mostraram maior frequência de pneumonia associada e ventilação mecânica e choque. Não houve diferença entre o tempo de internação em terapia intensiva e/ou mortalidade.
Palavras Chave
medicina intensiva
Área
Epidemiologia
Categoria
Pesquisador
Instituições
Hospital Universitário Gaffrée e Guinle - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Aureo Carmo Filho, João Pedro Almuinha Salles, Alessandra Rodrigues Cecim, João Osório Moraes Géo Siqueira, Denys Felipe Pereira Ramos, Manuella Dutra de Assis Santos, Alexandre Akio Majima, Rogerio Gomes Fleury