41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

OBESIDADE IMPLICA EM MAIOR MORBI-MORTALIDADE NO CTI?

Introdução e/ou Fundamento

Obesidade é um problema de saúde pública mundial. Estudos anteriores mostraram que obesos apresentavam maior morbi-mortalidade em terapia intensiva quando comparados a pacientes não-obesos; outros estudos não mostraram diferenças significativas. 

Objetivo

Avaliar possíveis diferenças epidemiológicas e de morbi-mortalidade entre obesos e não-obesos internados no Centro de Terapia Intensiva (CTI) de um hospital universitário federal no município do Rio de Janeiro. 

Materiais e Métodos

Estudo prospectivo, quantitativo, analítico, com pacientes consecutivamente internados em nosso CTI de março de 2022 a dezembro de 2023. Utilizou-se o Teste Exato de Fisher na comparação de variáveis categóricas e o Teste de Mann-Whitney para comparação de variáveis numéricas entre os grupos (G.I = obesos  e  G.II = não-obesos).

Resultados

Nossa amostra foi composta por 517 pacientes, sendo 32 obesos (6,2%). Houve distribuição semelhante nos grupos em relação ao sexo (mulheres = 68,8 x 50,3%  p = 0,05). A idade foi semelhante entre os grupos (62,2±11,7 x 60,7±15,8 anos  p = 0,485). Em relação a comorbidades, observamos que dislipidemia (18,8 x 4,7%  p = 0,006), fibrilação atrial crônica (12,5 x 2,7%  p = 0,016) e hipertensão arterial sistêmica (75 x 53,6% p = 0,026) mostravam diferença significativa entre os grupos. Obesos apresentaram maior incidência de pneumonia associada a ventilação mecânica (9,4 x 2,1% p = 0,04) e choque (15,6 x 5,6% p = 0,04). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos na ocorrência de sepse, insuficiência renal aguda, insuficiência respiratória aguda, delirium, tempo de internação em UTI (13,8±19,6 x 8,1±13,7 dias  p = 0,114) e mortalidade (12,5 x 19,2%  p = 0,484), assim como no saps3 (52,3±21,2 x 51,9±17,6  p = 0,919).

Conclusões

Observamos diferenças epidemiológicas em relação a frequência de dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica e fibrilação atrial crônica. Obesos mostraram maior frequência de pneumonia associada e ventilação mecânica e choque. Não houve diferença entre o tempo de internação em terapia intensiva e/ou mortalidade.

Palavras Chave

medicina intensiva

Área

Epidemiologia

Categoria

Pesquisador

Instituições

Hospital Universitário Gaffrée e Guinle - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Aureo Carmo Filho, João Pedro Almuinha Salles, Alessandra Rodrigues Cecim, João Osório Moraes Géo Siqueira, Denys Felipe Pereira Ramos, Manuella Dutra de Assis Santos, Alexandre Akio Majima, Rogerio Gomes Fleury