41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

FIBRILAÇÃO ATRIAL CRÔNICA ALTERA O PROGNÓSTICO EM TERAPIA INTENSIVA ?

Introdução e/ou Fundamento

A fibrilação atrial (FA) acomete cerca de 2% a 4% da população mundial. Nos pacientes internados em unidades de terapia intensiva, esta incidência pode chegar em até 23% naqueles com choque séptico.

Objetivo

Avaliar possíveis diferenças epidemiológicas e de morbi-mortalidade entre pacientes portadores ou não de fibrilação atrial crônica internados no Centro de Terapia Intensiva (CTI) de um hospital universitário federal no município do Rio de Janeiro. 

Materiais e Métodos

Estudo prospectivo, quantitativo, analítico, com pacientes consecutivamente internados em nosso CTI de março de 2022 a dezembro de 2023. Utilizou-se o Teste Exato de Fisher na comparação de variáveis categóricas e o Teste de Mann-Whitney para comparação de variáveis numéricas entre os grupos (G.I = portadores de FA crônica e  G.II = não-portadores de FA crônica).

Resultados

Nossa amostra foi composta por 517 pacientes, sendo 17 obesos (3,3%). Houve distribuição semelhante nos grupos em relação ao sexo (mulheres = 51,6 x 47,1%  p = 0,05). A idade foi significativamente maior nos portadores de FA crônica (70,7±14,0 x 60,4±15,5 anos  p = 0,009). Em relação a comorbidades, observamos que insuficiência cardíaca crônica (52,9 x 7,2%  p = 0,000001) obesidade (23,5 x 5,6%  p = 0,016) e doença pulmonar obstrutiva crônica (17,6 x 4,4%  p = 0,043) mostraram diferença significativa entre os grupos. Portadores de FA crônica apresentaram maior incidência de delirium (29,4 x 6,4% p = 0,005). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos na ocorrência de sepse, insuficiência renal aguda, insuficiência respiratória aguda, choque, tempo de internação em UTI (13,9±14,1 x 8,1±14,1 dias  p = 0,123) e mortalidade (17,6 x 18,8%  p = 1,000), assim como no saps3 (51,8±17,4 x 51,9±17,8  p = 0,972).

Conclusões

Observamos diferenças epidemiológicas em relação a frequência de obesidade, insuficiência cardíaca crônica e doença pulmonar obstrutiva crônica. Portadores de fibrilação atrial crônica mostraram maior frequência de delirium. Não houve diferença entre o tempo de internação em terapia intensiva e/ou mortalidade.

Palavras Chave

medicina intensiva

Área

Epidemiologia

Categoria

Pesquisador

Instituições

Hospital Universitário Gaffrée e Guinle - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Aureo Carmo Filho, Lucas Fonseca Silva, Rachel Silva Pinheiro, Maria Fernanda Zaccur Machado Brandão, André Monteiro de Barros Titonelli, Leandro Araújo Gomes Filho, Ludmila Plácido, Eduardo Costa Terra