Dados do Trabalho

Título

Perfil de morbidade hospitalar por Hipertensão Arterial Sistêmica no Brasil: uma análise de 2018 a 2023.

Introdução e/ou Fundamento

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença crônica definida por níveis elevados da pressão sanguínea, que atinge cerca de 30% da população adulta e é o maior fator de risco para lesões cardíacas e cerebrovasculares, com grande potencial de causar complicações graves e mortes prematuras. À vista disso, a HAS afigura-se como um dos principais determinantes de morbimortalidade do país e de sobrecarga do Sistema Único de Saúde (SUS), o que traz um alerta sobre a necessidade de detecção prévia e manejo precoce. Portanto, estudos que tracem o perfil de morbidade hospitalar por HAS são importantes, sobretudo, para que estratégias de intervenção visando diagnóstico precoce e prevenção de desfechos negativos sejam fomentadas.

Objetivo

Analisar o perfil de morbidade hospitalar por HAS no Brasil no período de 2018 a 2023.

Materiais e Métodos

Estudo epidemiológico, transversal, retrospectivo e descritivo, baseado em informações disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. A análise descritiva foi realizada com base no total de internações e no estudo estatístico das variáveis faixa etária, sexo, raça/cor, ano e caráter de atendimento, dias de internação e gastos totais.

Resultados

Durante o período avaliado foram registradas 254.514 internações no SUS por HAS no Brasil, com maior destaque para o ano de 2018 (21,9%). Evidenciou-se maior prevalência de hospitalizações na etária entre 50 a 79 anos (61%), e em indivíduos do sexo feminino (57,7%), o que se relaciona com alterações decorrentes do avançar da idade, como aumento na rigidez arterial, associação com outras comorbidades, e variações hormonais. Aproximadamente 45% destas internações foram de indivíduos pardos, o que pode relacionar-se com o perfil racial do país. A maioria dos atendimentos ocorreram em caráter de urgência (94%), a média de permanência hospitalar foi de 4 dias, e foram registrados 4.360 óbitos no período, com taxa de mortalidade de 1,7% dos pacientes hospitalizados. Durante esse período, o custo total das internações por HAS foi de 102.959.863,72 reais, com média de 404,54 reais por internação.

Conclusões

Esse estudo evidenciou que a HAS é um importante agravo de saúde no Brasil, que tem refletido em hospitalizações e altos custos em saúde. Desta forma, estratégias voltadas para o diagnóstico precoce, acesso ao tratamento e orientação da importância da adoção de medidas farmacológicas e não farmacológicas, principalmente para indivíduos com idade entre 50 a 79 anos, do sexo feminino e pardos, devem ser mitigadas.

Palavras Chave

pressão alta; morbidade; prevenção.